NASA anuncia construção de centro espacial de US$2 bilhões no Vale do Silício

O Centro Espacial Berkeley é uma iniciativa da Universidade da Califórnia em parceria com a NASA que se tornará um megacomplexo científico
Flavia Correia23/10/2023 13h20
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Representação artística do Centro Espacial Berkeley, uma parceria entre a NASA e a Universidade da Califórnia. Crédito: Field Operations e HOK, copyright Moffett Partners, LLC
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Uma parceria entre a NASA, a Universidade da Califórnia, em Berkeley, e a investidora em imóveis comerciais SKS Partners vai, finalmente, tirar do papel um projeto ousado em desenvolvimento há mais de 20 anos. Trata-se do Centro Espacial Berkeley, um megacomplexo científico que será construído no Vale do Silício.

Com valor estimado em US$2 bilhões (o que equivale a R$10 bilhões, aproximadamente), a instalação será “um campo de treinamento para a próxima geração de profissionais espaciais, de engenheiros e exploradores a líderes empresariais na crescente indústria espacial privada”, segundo um comunicado emitido na última semana.

A missão da NASA é dupla: inspirar a próxima geração de exploradores e a disseminação de nossas tecnologias e pesquisas para benefício público. A colaboração entre a agência e pesquisadores universitários se encaixa nessa missão.

Eugene Tu, diretor do Centro de Pesquisa Ames, da NASA, no Vale do Silício

Vamos entender a história:

  • Em 1994, quando se encerrou o contrato de concessão com a Estação Aérea Naval Moffett Field, o Centro de Pesquisa Ames, da NASA, passou a dispor de uma área de 485 hectares no coração do Vale do Silício;
  • Lá, a agência instalou o NASA Research Park, um centro de pesquisa de abrangência mundial e acelerador de startups;
  • Iniciado em 2002, o local já abriga 25 empresas;
  • A Universidade da Califórnia, campus Berkeley, se uniu à NASA para ocupar 15 hectares de Moffett Field para construir o Centro Espacial Berkeley, um megacomplexo de 130 mil metros quadrados dedicado à pesquisa científica.

Quando o Centro Espacial Berkeley deve começar a ser construído

Segundo os planos do grupo, a construção do complexo pode começar em 2026, a depender da conclusão de uma revisão ambiental para autorizar o início das obras. 

Quando tudo estiver pronto, a Universidade da Califórnia pretende ocupar cerca de 10% dos quase 130 mil metros quadrados da estrutura com escritórios e instalações de pesquisa e desenvolvimento.

Representação artística do pátio do Centro Espacial Berkeley. Crédito: Field Operations e HOK, copyright Moffett Partners, LLC

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De acordo com o site Space News, Dan Kingsley, da SKS Partners, a incorporadora imobiliária parceira do projeto, disse que “uma ampla seleção da indústria privada” está na fila para alugar as demais salas.

O objetivo é que o Centro Espacial de Berkeley se torne um epicentro de avanços em diversos campos, desde robótica espacial e ciência planetária até aviação automatizada.

Talento e tecnologia da NASA são atrativos para parcerias futuras

“Esperamos criar um ecossistema onde os talentos de Berkeley possam colaborar com o setor privado, com suas equipes de pesquisa e desenvolvimento compartilhando o mesmo espaço”, disse Alexandre Bayen, professor de engenharia elétrica e ciências da computação da UC Berkeley e pró-reitor associado de desenvolvimento do programa. “E como estaremos próximos do talento e da tecnologia da NASA no coração do Vale do Silício, esperamos aproveitar isso para formar futuras parcerias”.

Representação artística de um pavilhão que poderia se tornar um ponto de encontro para estudantes e pesquisadores do Centro Espacial Berkeley. Crédito: Field Operations e HOK, copyright Moffett Partners, LLC

Bayen diz ainda que o Centro Espacial de Berkeley também fornecerá oportunidades para os profissionais atuais da indústria melhorarem suas habilidades em novas tecnologias nas quais talvez não tenham sido treinados, como aprendizado de máquina e ciência de dados.

“Gostaríamos de criar consórcios industriais para apoiar conglomerados de pesquisa focados em temas que são fundamentais para nossos objetivos, em particular aviação do futuro, resiliência em ambientes extremos, engenharia de bioprocessos espaciais, sensoriamento remoto e ciência e computação de dados”, acrescentou.

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.