Estudo publicado no servidor de pré-impressão arXiv, mas sem revisão de pares, utilizou-se de medidas de ondas de som passando pelo Sol para medir seu tamanho. Agora, os cientistas envolvidos na pesquisa podem ter mudado nossa concepção do tamanho de nossa estrela.

Ele parece ser fracionadamente menor do que se pensava e do que parecia ser, o que pode mudar nosso entendimento sobre sua estrutura interna e comportamento.

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Normalmente, o método utilizado pelos astrônomos para estimar o tamanho da estrela é o da fotosfera, que nada mais é do que medi-lo a partir da parte que emite luz, algo feito durante um eclipse solar.

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Porém, o método de medição via ondas sonoras traz resultados distintos. Nos anos 1990, os cientistas mediram o Sol desta forma a partir de sua superfície, com as chamadas ondas-f.

Método de medição

  • A equipe foi formada principalmente por Douglas Gough, da Universidade de Cambridge, e por Masao Takata, da Universidade de Tóquio;
  • Usando modelo do interior do Sol e a circulação de seu plasma abaixo da superfície solar, os pesquisadores descobriram que o raio fotosférico medido dessa forma é ligeiramente menor que se medido diretamente pela fotosfera;
  • Isso sugere que o entendimento sobre o interior do Sol está incompleto;
  • Dali em diante, a dupla calculou o raio solar usando outra forma de onda sonora, chamada ondas-p, criadas pelo movimento do material dentro da estrela e que pode ultrapassar com facilidade o núcleo solar;
  • O cálculo obtido é menor do que o anterior, em alguns centésimos de um por cento.

Diferença pequena, só que não

Essa diferença parece pequena, mas não é; o New Scientist aponta, com base na fala de Gough, que ela é grande o bastante para modificar propriedades que inferimos que o Sol possui de acordo com vibrações captadas em sua sismologia.

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Inferências sismológicas indicam coisas relacionadas às reações nucleares, à composição química e à estrutura básica do Sol.

Douglas Gough, da Universidade de Cambridge

Gough e Takata apontam, ainda, que um raio diferente pode, também, significar profundidades distintas para as camadas do plasma solar. Já William Chaplin, da Universidade de Birmingham, afirma que “não há potencial para alcançar conclusões equivocadas sobre os sutis elementos da estrutura interna do Sol” se tivermos o raio errado.

Descobrir como o raio solar e sua estrutura interna se relacionam também pode servir para entender outras estrelas, ressalta Chaplin. Todavia, entender como mudar nosso modelo atual da estrutura interna solar para se ajustar ao raio não é algo fácil, segundo Emily Brundsen, da Universidade de York.

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“Para entender o motivo de sua diferença é difícil, pois há várias coisas acontecendo”, ressalta.