Astronautas fotografam “sangue da Terra”

Duas imagens divulgadas pela NASA, capturadas por astronautas na órbita da Terra, mostram "rios de sangue" no planeta
Por Mateus Dias, editado por Flavia Correia 08/11/2023 12h55
coloração de sangue em lagoa boliviana (Crédito:
Laguna Colorada, ou Lagoa Vermelha, nos Andes Bolivianos, em 7 de setembro de 2023. Crédito: NASA
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Às vezes, os astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) conseguem obter visões sangrentas da Terra. A cerca de 400 quilômetros de altitude, na órbita baixa do planeta, eles podem ver fluidos avermelhados escorrendo por corpos d’água. Existem algumas explicações – felizmente, nenhuma delas envolvendo realmente sangue.

Para quem tem pressa:

  • A NASA divulgou recentemente fotos de paisagens da Terra vistas a partir da ISS;
  • Em algumas delas, é possível ver “rios de sangue”;
  • Esse tipo de efeito nas correntes d’água é comum em todo o mundo e pode ser causado por diferentes motivos, como a presença de algas ou de ferro; 
  • Uma das paisagens é na Bolívia, e a outra é em Madagascar;

Recentemente, a NASA divulgou dois eventos desse tipo, que foram capturados usando uma câmera digital Nikon simples, por dois astronautas diferentes, em setembro.

A primeira (em destaque, acima) foi capturada no dia 7 e mostra a Laguna Colorada, localizada na Bolívia, na Região da Cordilheira dos Andes. Por lá, a coloração avermelhada, semelhante a sangue, é devido a algas e outros microrganismos, que encontram na lagoa hipersalina uma combinação ideal de intensidade de luz, teor de sal, níveis de pH e temperatura.

Ocorrências semelhantes como essas também já foram observadas em outras partes do mundo, desde o Grande Lago Salgado, nos Estados Unidos, até o Lago Aralsor, no Cazaquistão.

Leia mais:

Partículas de ferro que parecem sangue

Abaixo, a outra foto de águas castanho-avermelhadas, que mostra o Delta do Rio Betsiboka, em Madagascar, capturada no dia 30. Neste local, o motivo dessa coloração é devido ao transporte de sedimentos ricos em ferro.

 Delta do Rio Betsiboka, em Madagascar, em 30 de setembro de 2023 (Crédito: NASA)
 Delta do Rio Betsiboka, em Madagascar, em 30 de setembro de 2023. Crédito: NASA

Algo semelhante a esse processo acontece nas Cataratas de Sangue da Antártica Oriental. O local foi observado pela primeira vez em 1911, pelo explorador britânico Thomas Griffith “Grif” Taylor. Quando descoberta, pensava-se que sua cor era devido a algas, mas uma pesquisa recente revelou que, na verdade, é devido à presença de nanopartículas de ferro, que ficam vermelhas quando oxidadas.

Redator(a)

Mateus Dias é estudante de jornalismo pela Universidade de São Paulo. Atualmente é redator de Ciência e Espaço do Olhar Digital

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.