Às vezes, os astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) conseguem obter visões sangrentas da Terra. A cerca de 400 quilômetros de altitude, na órbita baixa do planeta, eles podem ver fluidos avermelhados escorrendo por corpos d’água. Existem algumas explicações – felizmente, nenhuma delas envolvendo realmente sangue.

Para quem tem pressa:

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  • A NASA divulgou recentemente fotos de paisagens da Terra vistas a partir da ISS;
  • Em algumas delas, é possível ver “rios de sangue”;
  • Esse tipo de efeito nas correntes d’água é comum em todo o mundo e pode ser causado por diferentes motivos, como a presença de algas ou de ferro; 
  • Uma das paisagens é na Bolívia, e a outra é em Madagascar;

Recentemente, a NASA divulgou dois eventos desse tipo, que foram capturados usando uma câmera digital Nikon simples, por dois astronautas diferentes, em setembro.

A primeira (em destaque, acima) foi capturada no dia 7 e mostra a Laguna Colorada, localizada na Bolívia, na Região da Cordilheira dos Andes. Por lá, a coloração avermelhada, semelhante a sangue, é devido a algas e outros microrganismos, que encontram na lagoa hipersalina uma combinação ideal de intensidade de luz, teor de sal, níveis de pH e temperatura.

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Ocorrências semelhantes como essas também já foram observadas em outras partes do mundo, desde o Grande Lago Salgado, nos Estados Unidos, até o Lago Aralsor, no Cazaquistão.

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Partículas de ferro que parecem sangue

Abaixo, a outra foto de águas castanho-avermelhadas, que mostra o Delta do Rio Betsiboka, em Madagascar, capturada no dia 30. Neste local, o motivo dessa coloração é devido ao transporte de sedimentos ricos em ferro.

 Delta do Rio Betsiboka, em Madagascar, em 30 de setembro de 2023 (Crédito: NASA)
 Delta do Rio Betsiboka, em Madagascar, em 30 de setembro de 2023. Crédito: NASA

Algo semelhante a esse processo acontece nas Cataratas de Sangue da Antártica Oriental. O local foi observado pela primeira vez em 1911, pelo explorador britânico Thomas Griffith “Grif” Taylor. Quando descoberta, pensava-se que sua cor era devido a algas, mas uma pesquisa recente revelou que, na verdade, é devido à presença de nanopartículas de ferro, que ficam vermelhas quando oxidadas.