Usando um novo instrumento de espectroscopia do Telescópio Gemini do Norte, em Mauna Kea, no Havaí, um grupo de astrônomos conseguiu observar uma estrela moribunda escondida por uma nuvem de poeira cósmica.

Vamos entender:

publicidade
  • O primeiro espectro obtido pelo mais novo instrumento inaugurado no Telescópio Gemini do Norte, no Havaí, acaba de ser revelado;
  • A imagem mostra a região cósmica NGC 7027, também conhecida como Nebulosa Jewel Bug (do Inseto de Joia, em tradução direta);
  • Eles puderam perfurar uma nuvem de gás e poeira em expansão que uma estrela parecida com o Sol ejetou no final de sua vida, observando detalhes inéditos desta nebulosa planetária;
  • Este talvez um nome enganoso, pois não tem nada a ver com planetas;
  • A Nebulosa do Inseto de Joia está localizada a cerca de três mil anos-luz de distância da Terra, na constelação de Cygnus, o Cisne.

Embora a nebulosa não seja observável em luz visível devido à poeira cósmica, o novo espectrômetro Immersion Grating Infrared Spectrograph-2 (IGRINS-2) opera em comprimentos de ondas infravermelho próximo capaz de atravessá-la e enxergar o que existe atrás.

Assim, o equipamento conseguiu identificar elementos como isótopos de bromo, hélio, ferro, criptônio e selênio na nebulosa, além de grandes quantidades de hidrogênio molecular. 

publicidade
O espectrômetro será parte permanente do sistema do Gemini Norte
O espectrômetro será parte permanente do sistema do Observatório Gemini Norte. Crédito: Observatório Internacional Gemini/NOIRLab/NSF/AURA/J. Chu/J. Pollard

Leia mais:

O novo espectrômetro que atravessa poeira cósmica

Esse novo espectrômetro é uma versão atualizada do IGRINS, construído em 2014 por pesquisadores do Instituto Coreano de Astronomia e Ciências Espaciais (KASI) e da Universidade do Texas. Atualmente, ele se encontra no Telescópio Gemini Sul, no Chile, mas já operou em diversos observatórios do mundo todo.

publicidade

Agora, a outra metade do Observatório Internacional Gemini, o Gemini Norte, no Havaí, conta com o INGRINS-2, que ficará na instalação permanentemente.

O foco do instrumento são as regiões de nascimento estelar, assim como as de morte, os exoplanetas, as anãs marrons frias e galáxias distantes envoltas em poeira.

A capacidade do IGRINS-2 de observar regiões do universo que de outra forma seriam opacas nos permitirá entender melhor como as estrelas nascem e muitos outros fenômenos astronômicos escondidos atrás da poeira galáctica.

Martin Still, diretor do Programa da National Science Foundation para o Observatório Internacional Gemini, em comunicado