Quando acionamos um interruptor em dispositivos elétricos, é criado um fluxo de energia. Normalmente, é assim que funciona. No entanto, cientistas descobriram algo intrigante sobre os chamados “metais estranhos”, que desafia tudo o que se sabe sobre como a eletricidade se comporta.

Em testes com nanofios feitos de uma mistura especial de itérbio, ródio e silício (YbRh2Si2), uma equipe de pesquisadores dos EUA e da Áustria encontrou pistas sobre como a eletricidade se move nesses metais incomuns. 

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Resumidamente:

  • Nos metais normais, a resistência elétrica aumenta conforme eles esquentam;
  • Novo estudo descobriu que metais estranhos se comportam de maneira diferente, aumentando a resistência de forma específica a cada grau de temperatura;
  • Isso demonstra que existem dinâmicas desconhecidas sobre a condução elétrica.
Representação conceitual da condução elétrica mais fluida nos metais estranhos. Crédito: samserius – Shutterstock

Eletricidade conduzida de forma mais fluida

Isso sugere que as correntes elétricas nesses materiais não seguem as mesmas regras que os metais convencionais. As partículas que transportam a carga elétrica interagem de forma diferente com outras partículas ao seu redor.

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Segundo a pesquisa, o que imaginamos como uma corrente suave de partículas negativas atravessando um material condutor é, na verdade, mais complexo, pois a eletricidade é um fenômeno quântico, com partículas combinando-se para agir como unidades únicas chamadas quasipartículas.

Nos experimentos, os cientistas usaram um fenômeno chamado ruído de disparo para analisar o fluxo de elétrons nos metais estranhos. Eles descobriram que as quasipartículas provavelmente não são responsáveis por esse comportamento. Em vez disso, a carga elétrica se movimenta de forma mais fluida do que nos metais tradicionais.

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Essa descoberta apoia uma teoria proposta há mais de 20 anos por um dos coautores deste novo estudo, Qimiao Si, físico de matéria condensada da Universidade Rice, no estado norte-americano do Texas. Ele descreve como elétrons em certos materiais, ao se aproximarem do zero absoluto de temperatura, perdem características que formariam as quasipartículas.

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Ainda não se sabe ao certo como essa corrente “líquida” funciona ou se é exclusiva desses metais. Os pesquisadores estão buscando entender melhor como a carga elétrica se move coletivamente, explorando um novo vocabulário para descrever esse fenômeno.

Publicados este mês na revista Science, os resultados do estudo desafiam nossos conceitos sobre a condução elétrica e abrem caminho para uma compreensão mais profunda dos materiais e da eletricidade.