Esta semana, o céu servirá de pista para uma verdadeira “dança da Lua”. O satélite natural da Terra vai atingir o ponto mais próximo do Sol, encontrar-se com Mercúrio ao rodopiar pelo salão celeste e finalizar seu número bem perto do nosso planeta.

Todos os horários mencionados têm como referência o fuso de Brasília.

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De acordo com o guia de observação astronômica InTheSky.org, o espetáculo tem início na quarta-feira (16), às 12h39. Nesse momento, a Lua vai chegar no ponto mais próximo do Sol – o chamado periélio. Ela estará a pouco menos de uma unidade astronômica (UA) da nossa estrela hospedeira – algo em torno de 150 milhões de km.

Dando continuidade à sua “turnê mensal” de novembro pelos planetas do Sistema Solar, após passar por Vênus, a Lua vai visitar Mercúrio na quinta-feira (14), aparecendo bem pertinho dele no céu em um fenômeno conhecido como conjunção astronômica. 

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Do ponto de vista de um observador situado na cidade de São Paulo, neste dia, a dupla será visível das 6h22 às 19h56. Sendo assim, o momento exato da conjunção (quando os dois astros compartilham a mesma ascensão reta – coordenada astronômica equivalente à longitude terrestre) não poderá ser observado, já que isso ocorre às 2h20.

Configuração do céu no exato momento da conjunção da Lua com Mercúrio nesta quinta-feira (14). Crédito: SolarSystemScope

De qualquer maneira, ao longo de todo o dia, eles ainda estarão bem próximos – não o suficiente para caber dentro do campo de visão de um telescópio, mas sendo facilmente vistos a olho nu ou através de um par de binóculos.

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A Lua estará com magnitude de -8.6, e a de Mercúrio será de -0.5, ambos na constelação de Sagitário. Quanto mais brilhante um corpo parece, menor é o valor de sua magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o objeto mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.

Por fim, no sábado (16), a Lua alcança o perigeu, que é o ponto de sua órbita mais próximo da Terra. Na ocasião, ela estará posicionada na constelação de Capricórnio.

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De acordo com a plataforma In-The-Sky.org, a distância da Lua em relação à Terra varia porque sua órbita não é perfeitamente circular – é ligeiramente oval, traçando um caminho chamado uma elipse. À medida que ela atravessa esse caminho elíptico ao redor do nosso planeta a cada mês, sua distância varia entre 356.500 km no perigeu e 406.700 km no apogeu (ponto mais distante).

O tamanho angular do astro também varia pelo mesmo fator, entre 29,4 e 33.5 minutos de arco. Ao atingir o perigeu, nosso satélite natural chega a ficar até 14% mais brilhante no céu, quando visível. Isso, no entanto, é difícil de detectar na prática, já que as fases da Lua estão mudando ao mesmo tempo. Desta vez, por exemplo, ela estará no meio da fase nova. 

Fases da Lua

A lua nova marca o início do mês em calendários lunares, como o muçulmano, e nos calendários lunissolares, tais como o judaico, o hindu e o budista.

fases da Lua
Lunação: a cada 29,5 dias (em média), a Lua inicia um ciclo lunar, que começa na fase nova e se encerra na minguante. Imagem: Elena11 – Shutterstock

Uma lunação ou ciclo lunar, como é chamado o intervalo de tempo entre luas novas, é sutilmente variável, com média de duração de 29,5 dias. Durante esse período, ela passa pelas quatro fases principais (nova, crescente, cheia e minguante), e cada uma se prolonga por aproximadamente sete dias.

Também existem as “interfases”: quarto crescente e crescente gibosa (entre as fases nova e cheia) e minguante gibosa e quarto minguante (entre a cheia e a minguante).