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Estamos na reta final de 2023, ano que ficou marcado pelo salto na popularidade dos carros elétricos. Na China, por exemplo, de quatro carros novos vendidos, um já é totalmente movido a bateria. O dado é de um relatório recente do instituto de pesquisa alemão CAM (Center of Automotive Management).

Outro número que impressiona é o de vendas nos três primeiros trimestres. De janeiro a setembro, cerca de 5,5 milhões de EVs foram vendidos apenas no mercado chinês, considerado o maior do mundo. 

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Em outros países, a categoria também continua ganhando terreno. É o caso da Alemanha, onde os veículos elétricos já respondem por 20% de participação no mercado automotivo. Nos Estados Unidos, terra natal da Tesla, as vendas também saltaram 48% de janeiro a setembro. Foram 873 mil unidades de EVs vendidos.

Projeção anual

A previsão do CAM para o acumulado anual também é positiva. O ano deve encerrar com mais de 10 milhões de carros elétricos vendidos em todo o mundo, um salto de 35% se comparado ao ano anterior.

Mais uma vez, vale destacar a força da China, que responderá sozinha por pelo menos 6 milhões de EVs vendidos em 2023. Para efeito de comparação, será o triplo de todo o mercado europeu, que deve vender cerca de 2 milhões de carros elétricos.

Carro elétrico carregando.
Imagem: Southworks/Shutterstock

As marcas que mais venderam carros elétricos

  • Na ponta, estão duas conhecidas: a Tesla e a gigante chinesa BYD. A dupla lidera o pódio com folga.
  • Até setembro, a Tesla entregou 1,3 milhões de veículos.
  • A BYD, que ao contrário da concorrente já atua no Brasil, ficou ligeiramente abaixo, com 1 milhão de unidades no mesmo período.
  • A Volkswagen fecha o pódio, com 530 mil EVs vendidos nos primeiros nove meses do ano. 
  • A quarta e quinta posições, segundo os dados do CAM, também ficam com duas montadoras alemãs: a BMW (248 mil unidades) e Mercedes (175 mil).

E o Brasil?

Até novembro de 2023, foram vendidos mais de 13.292 carros elétricos no Brasil, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). O resultado representa um crescimento de 57% nas vendas se comparado ao ano anterior, quando foram emplacados 8.458 de EVs de janeiro a dezembro.

A boa fase pode ser atribuída a uma empresa em especial: a BYD, que está apostando alto no Brasil com promessa de bilhões em investimentos para a produção de carros elétricos na Bahia. O BYD Dolphin, o elétrico mais popular do mercado nacional, foi novamente o mais vendido em novembro, com 1.694 unidades. Mais ainda faltam alguns passos para que mais consumidores invistam em um carro elétrico.

A também chinesa GWM é outra que começará a produzir carros elétricos por aqui nos próximos anos.

ImageM: Shutterstock (bandeira do Brasil por AB Visual Arts e carro elétrico por Smile Fight).

O que falta para os carros elétricos decolarem de vez por aqui?

Mesmo com saldo positivo, a participação dos carros elétricos ainda é pequena por aqui. Um levantamento realizado pela JATO do Brasil aponta que os EVs responderam por apenas 0,7% das vendas em 2023.

Um dos obstáculos é um velho conhecido: o preço alto. Apesar do crescimento global da eletrificação, especialistas destacam que as fabricantes ainda não conseguiram oferecer opções acessíveis em solo nacional.

A soma de todos os carros de passageiros vendidos no país tem um valor médio de R$ 140 mil, enquanto os eletrificados partem desse valor. É um custo muito mais alto.

Milad Kalume Neto, diretor de desenvolvimento de negócios da JATO do Brasil

A chegada da BYD ao mercado brasileiro, porém, já gerou movimentos para baixar os preços. Atualmente, o carro elétrico “menos caro” do país é o Caoa Chery iCar, que pode ser encontrado a partir de R$ 120 mil. É o que destaca Carlos Mattos, especialista no setor automotivo e colunista do Olhar Digital.

Podemos dizer que 2023, foi de fato o ano em que os elétricos passaram a fazer parte da realidade dos consumidores brasileiros. A chegada dos BYD Dolphin e GWM Ora 03 movimentaram o mercado, fazendo com que marcas chegassem a tirar R$ 100 mil dos preços de alguns modelos (…) passamos a ter, de fato, um panorama mais sólido de aceitação dos elétricos e, principalmente, da viabilidade de ter um carro desse na garagem (no Brasil)

Carlos Mattos, especialista no setor automotivo e colunista do Olhar Digital

Atualmente, todos os elétricos vendidos no Brasil também são importados. É esperado que o início da fabricação nacional comece a mudar o jogo com preços mais competitivos. Montadoras como a própria BYD e a conterrânea GWM, por exemplo, vão começar a produzir veículos elétricos por aqui entre 2024 e 2025.

A inauguração das fábricas da BYD, GWM e a reabertura da fábrica da Chery em Jacareí (SP), que irá trazer também Omoda e Jaecoo, duas novas marcas do grupo, os elétricos terão, sim, preços mais competitivos. 

Carlos Mattos, especialista no setor automotivo e colaborador do Olhar Digital

Mas, segundo o especialista, tudo dependerá de mais um fator: a produção de baterias no Brasil, o componente mais caro dos veículos eletrificados. “É isso que irá definir se teremos carros elétricos competindo diretamente em preços com os carros térmicos ou se o patamar se manterá com o que temos hoje”, acrescenta Mattos.

Ainda falta infraestrutura

Por fim, outra questão que vale ser mencionada é a infraestrutura. Segundo dados da JATO, os cerca de 3 mil pontos de recarga para veículos elétricos ficam distribuídos em grandes centros, tornando inviável investir em carros elétricos em zonas rurais, por exemplo.

Também existem discussões sobre incentivos aos modelos elétricos. Mas, por enquanto, não há ações concretas. A realidade é que, assim como 2023, o próximo ano promete ser movimentado para o segmento de carros elétricos no Brasil e no mundo.

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