O Lincoln Tunnel é um túnel rodoviário subaquático localizado sob o rio Hudson, conectando os estados de Nova York e Nova Jersey na região metropolitana de Nova York, nos Estados Unidos. Ele consiste em três tubos paralelos, cada um com duas faixas de tráfego, e é uma importante rota de transporte para veículos que atravessam o rio Hudson.
A construção do Lincoln Tunnel começou em 1934 e foi concluída em 1937. Foi uma das grandes obras de engenharia da época e desempenhou um papel significativo no desenvolvimento da região, facilitando o acesso entre os dois estados vizinhos. O túnel foi nomeado em homenagem a Abraham Lincoln, o 16º presidente dos Estados Unidos.
Esta é a segunda de uma série de reportagens sobre megaprojetos ao redor do mundo. Na primeira, o Olhar Digital abordou a construção da ilha artificial de Dubai.
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A origem do Lincoln Tunnel remonta ao início do século XX, quando a congestão do tráfego na cidade de Nova York se tornou uma questão urgente. À medida que a população da cidade aumentava e o comércio prosperava, a necessidade de conexões de transporte eficientes através do rio Hudson tornou-se evidente. Na década de 1920 e 1930, planos para um túnel ligando Manhattan a Nova Jersey começaram a se delinear.
Este era um período de intensa atividade de construção em Nova York, incluindo a edificação de pontes e túneis para melhorar a conectividade e a infraestrutura da cidade. A necessidade de um novo túnel surgiu da crescente demanda por uma rota direta para facilitar o fluxo de tráfego entre Nova Jersey e Manhattan, especialmente para aliviar a pressão sobre as pontes e túneis existentes.
O principal desafio enfrentado pelos planejadores foi a necessidade de construir o túnel sob o rio Hudson, uma tarefa que exigia soluções engenhosas devido às condições geológicas e à necessidade de minimizar as interrupções no tráfego fluvial.
A construção do Túnel Lincoln envolveu técnicas de engenharia de ponta para a época. Escudos de túnel, assemelhando-se a cilindros de metal gigantes, foram empregados para escavar a terra enquanto forneciam suporte estrutural para evitar desabamentos.
A técnica de escavação subaquática utilizando túneis shields tem suas origens no século XIX. O engenheiro inglês Marc Isambard Brunel é frequentemente creditado como o pioneiro dessa técnica. Em 1825, Brunel iniciou a construção do Túnel do Tamisa, um túnel subaquático que atravessa o Rio Tamisa em Londres, utilizando um método revolucionário na época: o túnel shield.
Brunel projetou um “escudo” composto por segmentos de ferro fundido que podiam ser montados em seções para formar um túnel circular. Esse escudo era empurrado lentamente através do solo enquanto os trabalhadores removiam o material escavado e instalavam os segmentos de revestimento. Essa abordagem permitiu a construção segura de túneis subaquáticos em solos instáveis e sob pressão de água.
O sucesso do Túnel do Tamisa inspirou a adoção dessa técnica em projetos ao redor do mundo, incluindo o Túnel Lincoln em Nova York.
A Autoridade Portuária de Nova York e Nova Jersey, responsável pelo projeto, teve que coordenar uma vasta gama de atividades, desde a aquisição de terrenos até a gestão de contratos com construtoras e a supervisão do progresso da construção. Além disso, o financiamento do projeto foi uma questão complexa, resolvida através de uma combinação de empréstimos, títulos e receitas de pedágio.
O planejamento do Lincoln Tunnel também levou em consideração o impacto urbano e econômico do projeto. A construção do túnel foi vista como um meio de estimular o crescimento econômico, facilitando o comércio e a mobilidade dos trabalhadores entre Nova Jersey e Manhattan. Além disso, o projeto foi planejado para se integrar ao tecido urbano existente, com considerações para o fluxo de tráfego, o impacto ambiental e a qualidade de vida nas áreas circundantes.
Em 1934, a construção do Lincoln Tunnel teve início. Este empreendimento audacioso exigiu uma cuidadosa planificação e uma execução meticulosa.
Uma das técnicas fundamentais utilizadas na construção do Lincoln Tunnel foi o uso de túneis shields. Estas estruturas cilíndricas robustas foram essenciais para escavar o solo enquanto protegiam a escavação de desmoronamentos. Enquanto os túneis shields avançavam, os trabalhadores removiam o material escavado e instalavam segmentos de revestimento para garantir a estabilidade do túnel.
O trabalho dos “sandhogs”, como os trabalhadores que escavavam os túneis eram conhecidos, era árduo e perigoso. Navegar pelo ambiente confinado e pressurizado do túnel exigia coragem e habilidade, com os trabalhadores enfrentando desafios como mudanças na pressão do ar e a constante ameaça de desmoronamentos.
Em 1935, um marco significativo foi alcançado quando as equipes de Nova Jersey e Nova York se encontraram pela primeira vez sob o Rio Hudson, marcando o momento em que o túnel foi atravessado pela primeira vez. Dois anos depois, em 1937, o primeiro tubo do Lincoln Tunnel foi aberto ao tráfego, proporcionando uma conexão vital entre os dois estados.
O Lincoln Tunnel, a nova rodovia veicular de $85,000,000 da Autoridade Portuária sob o Rio Hudson, foi dedicado ontem de manhã por autoridades federais, estaduais e municipais, que o saudaram como um novo elo de amizade entre Nova York e Nova Jersey, e outro exemplo de cooperação governamental.
Trecho do artigo “Lincoln Tunnel Is Opened With Festive Ceremonies”, capa do The New York Times do dia 22 de dezembro de 1937
Para registrar a construção do túnel, desde seu começo em 17 de maio de 1934, a agência responsável contratou os serviços da Castle Films para produzir um documentário que imortalizaria a grandiosidade da construção.
O documentário Conquest of the Hudson (“Conquista do Hudson”, em tradução livre) capturou cada aspecto dessa empreitada épica: desde as explosões nas rochas até os “sandhogs” operando sob pressão em um ambiente de ar comprimido. O filme não deixou escapar nenhum detalhe, desde o acabamento meticuloso das estradas até o momento glorioso em que os primeiros veículos cruzaram o túnel recém-construído.
Ao longo dos anos, o Túnel Lincoln passou por inúmeras atualizações e inovações para atender às necessidades em evolução dos viajantes.
A demanda crescente por tráfego levou à adição de um segundo tubo, inaugurado em 1945, seguido por um terceiro tubo em 1957. Cada fase foi marcada por avanços tecnológicos que permitiram superar os desafios únicos apresentados pelo ambiente subaquático e pela necessidade de manter o tráfego fluvial ininterrupto.
Em 1970, a Faixa Exclusiva para Ônibus (XBL) foi introduzida, revolucionando o transporte público ao dedicar uma faixa a ônibus no sentido leste durante as manhãs de dias úteis. A implementação do E-ZPass em 1997 agilizou a cobrança de pedágio, melhorando a eficiência do fluxo de tráfego.
Hoje, a Autoridade Portuária de Nova York e Nova Jersey continua operando e mantendo o Túnel Lincoln, buscando novas formas de melhorar a segurança e eficiência. Planos futuros incluem a reabilitação do “Helix”, a série de rampas de entrada no lado de Nova Jersey, garantindo que essa artéria vital de transporte permaneça operacional para as gerações futuras.
