Avião espacial da China libera seis objetos misteriosos na órbita da Terra

Algumas dessas chamadas "alas misteriosas" estão emitindo sinais após terem sido liberadas em órbita pelo avião espacial Shenlong, da China
Por Flavia Correia, editado por Bruno Capozzi 19/12/2023 11h31, atualizada em 19/12/2023 15h04
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Conceito artístico do avião espacial da China liberando um objeto na órbita da Terra, elaborado com Inteligência Artificial. Crédito: Flavia Correia via DALL-E/Olhar Digital
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Apenas quatro dias depois de ser lançado de surpresa em sua terceira missão, o avião espacial robótico da China, chamado Shenlong (“Dragão Divino”), parece ter colocado seis objetos na órbita da Terra

Rastreadores amadores de espaçonaves em todo o mundo estão monitorando esses materiais (designados OBJETO A, B, C, D, E e F) e registraram emissões vindas de alguns deles.

De acordo com o rastreador de satélites e astrônomo amador Scott Tilley, do Canadá, os sinais emitidos pelo OBJETO A se assemelham aos emitidos por objetos liberados pelo avião espacial chinês em missões anteriores.

O aviao espacial Shenlong, da China, pouco antes de ser lançado, no dia 14 de dezembro de 2023. Crédito: Reprodução redes sociais

“A emissão do OBJETO A ou das proximidades lembra as emissões anteriores do ‘wingman’ do avião espacial chinês, no sentido de que o sinal é modulado com uma quantidade limitada de dados”, disse Tilley ao site Space.com. No X (antigo Twitter), ele se refere aos objetos como “alas misteriosas” no X (antigo Twitter).

Já os objetos D e E, por sua vez, parecem estar emitindo sinais ociosos de “espaço reservado” sem dados que os acompanhem. “Deve-se notar que, ao contrário das emissões no início das missões 1 e 2 dos aviões espaciais chineses, essas emissões são muito intermitentes e não permanecem por muito tempo”, diz Tilley. “Foram necessários dias de observações rastreando passagem após passagem com antenas parabólicas para chegar a esses dados”.

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Após analisarem os sinais, os rastreadores amadores estão confiantes de que as emissões estão vindo dos objetos ou de perto deles. Esta conclusão baseia-se na observação ao longo de seus caminhos esperados no céu, no fato de que nenhum outro objeto conhecido estava no feixe das antenas dos rastreadores quando os dados foram coletados e no fato de que a modulação particular desses sinais é “única e só foi vista de missões anteriores de aviões espaciais chineses usando uma frequência de 2280MHz”, segundo Tilley.

O avião espacial da China exibiu comportamentos semelhantes no passado. Em suas duas missões anteriores – lançadas em setembro de 2020 e agosto de 2022, respectivamente – a espaçonave foi vista liberando um pequeno objeto desconhecido em órbita. 

Especula-se que os objetos poderiam ser módulos de serviço, artigos de teste para praticar a colocação de cargas úteis em órbita ou talvez até pequenos satélites usados para monitorar o avião espacial.

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.