Cientistas da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia (NTNU) descobriram novo antibiótico que pode ser eficaz contra bactérias resistentes, conhecidas como superbactérias. O estudo, publicado na Frontiers in Microbiology, utilizou nova metodologia para identificar como o antibiótico funciona dentro das células bacterianas.
Os pesquisadores observaram que a combinação de duas substâncias desenvolvidas na NTNU teve efeito positivo na eliminação da bactéria Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA), uma das superbactérias mais comuns. Essas substâncias têm potencial para se tornar novo antibiótico, capaz de combater amplo grupo de bactérias.
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A metodologia utilizada no estudo analisou proteínas sinalizadoras encontradas nas células bacterianas, conhecidas por controlarem grande parte das atividades dessas células. Ao mudar o sinal vermelho de uma proteína dentro da célula, os pesquisadores identificaram substâncias que ativam ou desativam essas proteínas sinalizadoras.
Descoberta de novas substâncias eficazes
- Uma das substâncias testadas foi um peptídeo bactericida, que age bloqueando uma proteína responsável pela cópia do DNA bacteriano;
- Sem a capacidade de se reproduzir, a bactéria morre;
- Essa proteína alvo é encontrada em todas as bactérias, o que significa que os peptídeos podem ser eficazes contra bactérias multirresistentes;
- A segunda substância estudada foi composta por moléculas que impedem a formação dos blocos de construção do DNA bacteriano, inibindo o metabolismo de energia dentro da célula;
- Em conjunto, essas substâncias tiveram efeito sinérgico, complementando e potencializando a ação uma da outra, resultando em ação mais eficaz contra bactérias resistentes.
Método inovador na pesquisa de antibióticos
Os pesquisadores afirmam que essa é a primeira vez que a eficácia dos antibióticos é estudada dessa maneira. A metodologia utilizada permitiu que eles descobrissem potencial novo medicamento que não só mata as bactérias resistentes, mas também previne que elas desenvolvam resistência novamente.
O estudo destaca que a proteína que o novo candidato a antibiótico ataca desempenha papel fundamental na cópia do DNA bacteriano antes da divisão celular. Uma mutação nessa proteína causaria perda tão grande de aptidão para a bactéria que ela morreria. Portanto, desenvolver resistência a ambos os componentes do novo antibiótico seria fardo muito grande para as bactérias.
Essa descoberta representa avanço significativo na luta contra as superbactérias e pode abrir caminho para o desenvolvimento de novos medicamentos eficazes no combate às doenças bacterianas.