Em uma entrevista recente dada à mídia local argentina, Javier Milei ressaltou o crescente interesse internacional no lítio do país, mencionando inclusive o nome de Elon Musk. O atual presidente da Argentina, que tem adotado uma política considerada “bem liberal”, disse que falou por telefone com o CEO da Tesla sobre o componente tão importante para as baterias dos carros elétricos.

A Argentina é o quarto maior produtor de carbonato de lítio do mundo, depois da Austrália, Chile e China. Em especial, Argentina e Chile são responsáveis por cerca de 32% da produção global do componente, de acordo com o Serviço Geológico dos EUA.

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Lítio argentino para os argentinos

Para deixar o empresário ainda mais atraído pelo lítio argentino, está previsto no país um aumento significativo na produção do componente nos próximos anos. Acontece que o lítio, encontrado em províncias como Salta, Catamarca e Jujuy, é visto como um recurso estratégico para a Argentina.

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Até por isso, críticos advertem contra uma potencial entrega do lítio argentino a interesses estrangeiros. O economista Hernán Letcher, por exemplo, usou a plataforma X (que também pertence a Elon Musk) para lembrar a Milei que o lítio pertence às províncias argentinas, conforme estabelecido pela constituição do país. Isso significa que cada local tem total propriedade sobre o futuro do componente, dificultando qualquer medida agressiva da presidência argentina.

Musk também na internet argentina

Conforme traz o jornal Buenos Aires Herald, Elon Musk também parece estar de olho na atuação de sua empresa de internet via satélite na Argentina. Inclusive, no mapa global de disponibilidade da Starlink, o país aparece como “em breve” com o texto pop-up “a partir do segundo trimestre de 2024”.

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Nos primeiros dias após assumir a presidência da Argentina, Milei anunciou um megadecreto delineando a desregulamentação em massa de serviços entre suas muitas reformas. Curiosamente, o presidente mencionou diretamente a empresa de Elon Musk: “Desregulamentação dos serviços de internet via satélite para permitir a entrada de empresas como a Starlink”.