Após ondas de cortes recorde no início de 2023, as demissões em empresas de tecnologia voltam a disparar em janeiro. Apesar das perspectivas econômicas e dos investimentos no setor terem melhorado em relação ao ano passado, as companhias querem diminuir ainda mais os custos e aumentar os lucros (enquanto muitas migram para uma estratégia focada em IA).

De acordo com o site Layoffs.fyi, só em janeiro foram cerca de 23.670 funcionários demitidos em 85 empresas de tecnologia.

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Demissões em tech

Segundo a CNBC, as ações da Alphabet (controladora do Google) atingiram um ápice na última quarta-feira (24). Outras big techs, como Meta e Microsoft, ultrapassaram US$ 3 trilhões em valor de mercado. Os investimentos no setor também voltaram a crescer.

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Apesar disso, as demissões, que tiveram um pico no início de 2023, diminuíram no decorrer do ano e voltaram a crescer.

Veja algumas empresas tech que estão cortando funcionários:

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  • A empresa de software SAP anunciou a reformulação de funções com foco em IA e a demissão de 8 mil funcionários (leia aqui);
  • A Microsoft demitiu 1.900 funcionários da recém-comprada Activision Blizzard (leia aqui);
  • A Amazon cortou cetenas de cargos nas divisões Prime Video, MGM Studios, Twitch a Audible (leia aqui e aqui);
  • O Discord está reduzindo em 17% sua equipe, cerca de 170 funcionários (leia aqui);
  • O Google anunciou duas rodas de demissões só em janeiro: a primeira em equipes de engenharia e produtos; e a segunda nos setores de venda e publicidade, ambas sem números revelados (leia aqui e aqui);
  • Ainda, a Alphabet (controladora do Google) anunciou a demissão de dezenas de funcionários de unidade de inovação. O CEO de ambas, Sundar Pichai, alertou que mais cortes virão ao longo do ano (leia aqui);
  • A Salesforce anunciou nesta sexta-feira (26) que terá mais uma rodada de demissão em massa, deixando 700 funcionários sem trabalho (leia aqui).

Vale lembrar que os cortes atuais não são os primeiros das empresas, que também demitiram trabalhadores em 2023.

Big Techs
Imagem: Ascanio/Shutterstock

2023 vs. 2024

Em 2023, as demissões vinham em um período de pós-pandemia, com desafios relacionados à desaceleração de demanda. A redução de pessoal atingiu um recorde em janeiro do ano passado, com quase 90 mil funcionários perdendo o emprego. Além disso, a inflação, aumento dos juros e preocupação com uma recessão deixava investidores com um pé atrás.

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Já do meio de 2023 para frente, as big techs voltaram a crescer e os investidores, a investir. No entanto, em setembro os cortes aumentaram.

Foco em IA

Segundo o jornal, um dos motivos pode ser a eficiência: as big techs perceberam que conseguem fazer mais com menos. O próprio CEO da Meta, Mark Zuckerberg, afirmou que 2023 seria o “ano da eficiência”. Enquanto ele cortava 20 mil empregos, as ações subiam 200%.

Outra possível explicação é a mudança de estratégia das empresas para focar em IA, alterando funções de trabalho e priorizando divisões que corroboram com a tecnologia (enquanto outras são reduzidas).

O CEO do Google e da Alphabet disse aos funcionários em um memorando interno que a empresa têm “prioridades para 2024 e o próximo ano” e que “para criar capacidade para investimento, temos de fazer escolhas difíceis”.