Imensa mancha solar visível de Marte se volta em direção à Terra

Com seis núcleos escuros, a mancha solar AR3576, que tem de cinco vezes o tamanho da Terra, começou a se voltar para o planeta
Flavia Correia06/02/2024 06h50, atualizada em 06/02/2024 20h53
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Em 28 de janeiro, o rover Perseverance, da NASA, fotografou um grupo impressionante de manchas solares diretamente da superfície de Marte. 

À primeira vista, esses pontos difusos podem até não parecer impressionantes. No entanto, a câmera que o rover usa para olhar para o Sol coloca apenas 90 pixels no disco solar – o que demonstra que, para ter sido registrado de tão longe, o grupo de manchas era mesmo consideravelmente grande.

De acordo com a plataforma de climatologia e meteorologia espacial Spaceweather.com, o grupo começou a se voltar para a Terra nesta segunda-feira (5). O Observatório de Dinâmicas Solares (SDO) da NASA está observando a emergência sobre a extremidade leste da estrela.

Mancha solar gigantesca pode ser vista com óculos de eclipse

Com meia dúzia de núcleos escuros, esta mancha solar foi designada pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos EUA como AR3576, e tem extensão equivalente a mais de cinco vezes o tamanho da Terra. 

Segundo a agência, se você tem aqueles óculos de observar eclipses, coloque-os e olhe para o Sol – é possível ver este gigante sem qualquer equipamento para ampliação.

Devido à sua localização no extremo leste do astro, ainda não dá para investigar o campo magnético da mancha solar para avaliar possíveis instabilidades. No entanto, já se sabe que a região ativa está crepitando com explosões solares classe M (de média intensidade).

Além de seu tamanho formidável, a mancha solar AR3576 chama a atenção dos cientistas pela ameaça de explosões de grau X, que são consideradas fortes.

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De acordo com o guia de observação espacial EarthSky.org, a mancha AR3576 foi responsável por 10 das 11 explosões entre as manhãs de sábado (3) e domingo (4) e por 19 de um total de 25 explosões nas 24 horas seguintes. 

Normalmente, as chances de explosões X – as mais fortes – giram em torno de 5% a 10%. Desta vez, está em 25%.

Como consequência, se o material ejetado atingir a Terra, os efeitos provocados podem ir desde a exibição de auroras nas extremidades do globo até a interrupção de sinais de comunicação via rádio, arrasto de satélites e até riscos aos astronautas a bordo das estações espaciais internacional (ISS) e chinesa (Tiangong).

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.