Imagem: Ascanio/Shutterstock
Entre o fim de 2022 e o início de 2023, empresas de tecnologia demitiram milhares de funcionários. Na época, a justificativa era a desaceleração da demanda pós-pandemia e o excesso de contratações feitas em anos anteriores. No entanto, por mais que os cortes tenham desacelerado ao longo do ano passado, voltaram a disparar no final do ano e no início de 2024. Agora, o motivo é outro: as big techs perceberam que conseguem fazer mais com menos e, em troca, seus resultados financeiros estão ainda melhores.
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Antes, as demissões vinham após a pandemia, com a desaceleração da demanda decrescente e os temores de recessão e do aumento dos juros. Mais de 1 mil empresas de tecnologia cortaram mais de 260 mil empregos em 2023, segundo dados do Layoffs.fyi.
Já nos primeiros 30 dias de 2024, foram 25 mil demissões em cerca de 100 empresas tech, incluindo grandes nomes do setor como Microsoft, Google, Apple e Amazon.
De acordo com o The New York Times, as companhias perceberam que conseguem fazer mais com menos. Meta, Alphabet (controladora do Google), X (antigo Twitter) e Amazon são exemplos disso:
Ou seja, mesmo com reduções significativas, as big techs não pararam. Pelo contrário, aumentaram lucros.
Isso mudou a cabeça dos executivos dessas empresas. Como destacou o NYT, os cortes deste ano são direcionados, focando em realocar gastos: tira-se de projetos e coloca-se em produtos, como inteligência artificial. As divisões responsáveis vão junto.
Com isso, o setor também muda. Segundo Nabeel Hyatt, sócio geral da empresa de capital de risco Spark Capital, que investe em empresas de tecnologia, agora são três grupos de demissões.
Estamos vendo três grupos básicos de demissões. Grandes oligopólios tecnológicos em busca de mais crescimento e lucro; empresas de médio porte que contrataram em excesso durante os períodos de expansão; e as start-ups menores que estão apenas tentando ganhar espaço para sobreviver.
Nabeel Hyatt
O novo panorama mostra não só o foco das big techs em crescimento de setores específicos, como IA, em detrimento de outros, mas também como empresas menores terão de achar formas de competir para se manter no mercado. Uma dessas formas é a oferta pública inicial, quando uma companhia passa a vender ações na bolsa. Mesmo assim, para isso, precisa provar que entende de finanças – e isso pode significar acompanhar as tendências de corte do mercado.
Esta post foi modificado pela última vez em 5 de fevereiro de 2024 18:51