Fósseis de preguiça-gigante da Era do Gelo são encontrados em Minas Gerais

A preguiça-gigante viveu no período Pleistoceno e pertenceu à megafauna extinta ao final da última era glacial
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares 07/02/2024 01h22
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Representação 3D de uma preguiça gigante (Foto: Esteban De Armas/Shutterstock)
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Uma descoberta impressionante foi feita por integrantes do Espeleogrupo Pains (EPA), durante as atividades de campo da Escola Brasileira de Espeleologia (EBRE) da Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE). Os pesquisadores encontraram fósseis de uma preguiça-gigante que viveu durante a chamada Era do Gelo.

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Preguiça-gigante da Era do Gelo

  • Os restos do animal foram localizados na Gruta João Lemos, na cidade de Pains, no Centro-Oeste de Minas Gerais.
  • Os fósseis da espécie Catonyx aff. cuvieri da família Scelidotheriinae foram encontrados permineralizados.
  • Isso significa que a estrutura biomineral dos ossos foi substituída pela calcita, mineral do meio circundante.
  • Mesmo assim, aproximadamente 25% da ossada pôde ser resgatada, incluindo o úmero esquerdo, ossos carpais, falanges, costelas, crânio fragmentado, vértebras e osso palmar.
  • A preguiça-gigante viveu no período Pleistoceno e pertenceu à megafauna extinta ao final da última era glacial.
  • As informações são do G1.
Animal viveu na Era do Gelo (Imagem: divulgação/ L.E.P. Travassos)

Nem todos os ossos foram encontrados

De acordo com os pesquisadores, não foi possível determinar se o animal era um macho ou uma fêmea, uma vez que a bacia pélvica do fóssil não foi encontrada. No entanto, os cientistas confirmaram que o animal atingiu a fase adulta.

A preguiça-gigante apresentava uma estrutura aproximada de um novilho de 150 quilos, corpo alongado, crânio de aspecto tubular, membros atarracados e garras poderosas. A locomoção dela era peculiar e denominada de pedolateral, ou seja, pisava na face externa das patas. Além disso, os animais seriam capazes de construir tocas no solo, para procriarem e se esconderem.

Agora, o material encontrado passará por um processo de triagem no laboratório do Programa de Pós-graduação em Geografia – Tratamento da Informação Espacial da PUC Minas. Após, será encaminhado à Coleção Paleontológica do Museu de Ciências Naturais da universidade, em Belo Horizonte.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.