Mind the gap between the train and platform”. Esta famosa frase, que significa “Cuidado com o vão entre o trem e a plataforma”, é bastante ouvida por quem usa o metrô de Londres – a rede de transporte subterrâneo mais antiga e a quarta maior do mundo na atualidade. 

Oficialmente chamado de “London Underground”, conhecido ainda por “The Tube” ou “The Underground”, o metrô de Londres foi construído há mais de um século e meio, inicialmente se estendendo por apenas seis quilômetros, seguindo o traçado das ruas do centro da capital britânica.

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Com o passar do tempo, essa linha inaugural evoluiu para uma rede de metrô completa. Já em 1900, contava com sete linhas e 84 estações – um sistema mais abrangente do que o atual metrô de São Paulo.

Assim como os ônibus vermelhos e o Big Ben, a placa do metrô é um dos principais símbolos de Londres. Crédito: PHOTOCREO Michal Bednarek – Shutterstock

A criação desse novo meio de transporte foi fundamental para Londres (na época, a maior cidade do mundo). Ao longo do século 19, a população da metrópole cresceu de um milhão para 6,5 milhões de habitantes. 

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Por volta de 1850, o congestionamento nas ruas, provocado pelo tráfego de pedestres, cavalos e carroças, tornou-se insustentável. A necessidade de aliviar esse problema levou as autoridades locais a considerar a ideia de levar as linhas ferroviárias para o centro da cidade.

De acordo com a Superinteressante, primeiro, cogitou-se construir as linhas ao nível do solo, mas essa opção foi descartada devido ao alto impacto na demolição de áreas urbanas. A alternativa mais viável era a construção de túneis subterrâneos para a circulação dos trens.

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Apesar das preocupações e resistências, a construção do metrô teve início em 1860 e foi concluída três anos depois, atraindo 40 mil passageiros no primeiro dia. Em média, 26 mil passageiros circulavam todos os dias pela linha pioneira no primeiro ano de funcionamento do Tube, em trens que eram separados em vagões de primeira, segunda e terceira classes. O tempo total para percorrer as sete estações dessa linha era de pouco mais de meia hora.

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Com o tempo, essa inovação se espalhou pelo mundo, e em 1896, Budapeste se tornou a segunda cidade a inaugurar um sistema de metrô. No Brasil, esse tipo de transporte só chegou muito mais tarde, em 1974.

Obras de construção do metrô de Londres. Crédito: London Transport Museum

Processo de construção do metrô de Londres

  • Para facilitar o trabalho de escavação (os buracos dos túneis tinham 10 metros de largura por seis profundidade) e reduzir os danos à superfície, optou-se por seguir a trajetória das ruas do centro da cidade;
  • No início, eram constantes os desabamentos, provocados pelo processo arcaico de escavação;
  • Apenas seis anos mais tarde, passou a se fazer uso de grandes tuneladoras (máquinas conhecidas no Brasil como “tatuzão”), agilizando os trabalhos;
  • Passada esta fase, as paredes laterais dos grandes buracos foram revestidas com tijolos para segurar a terra. Para uma maior estabilidade, essa estrutura inicial foi reforçada por grandes vigas e arcos de ferro;
  • Em seguida, vinha mais uma camada de tijolos, permitindo que a parte destruída da superfície já pudesse ser refeita;
  • Como os primeiros trens usados ainda eram a vapor, havia muita liberação de fumaça nas estações, cujas janelas tiveram que ser adaptadas como saídas de ar;
  • Parte dos gases eram direcionados para um tanque de água no próprio trem – o que diminuía a fumaça, mas não deixava o ar não exatamente respirável;
  • A substituição dos trens a vapor por elétricos só foi concluída em 1905.

Atualmente, ao todo, o transporte público subterrâneo de Londres contém 270 estações ligadas por mais de 400 quilômetros de trilhos. Cerca de três milhões de pessoas circulam por dia (um bilhão por ano) pelas 11 linhas e 4.070 trens.