Conforme noticiado pelo Olhar Digital, um satélite da Agência Espacial Europeia (ESA), que ficou 16 anos em operação na órbita baixa da Terra, estava previsto para cair no planeta nesta quarta-feira (21). Isso aconteceu às 14h17 (pelo horário de Brasília), com o uma reentrada ardente do equipamento na atmosfera sobre o Oceano Pacífico Norte entre o Alasca e o Havaí.

Vamos entender:

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  • Um satélite europeu alcançou o término de sua vida útil em 2011;
  • A espaçonave foi então aposentada pela ESA, que iniciou o processo de deórbita;
  • Ao longo dos anos, o satélite ERS-2 vinha executando uma série de manobras nesse sentido;
  • Ele queimou na atmosfera sobre o Oceano Pacífico nesta tarde.

Segundo a última previsão do Departamento de Operações da ESA, a reentrada da espaçonave ERS-2 (sigla para “segundo satélite europeu de teledetecção”) seria às 12h41. A margem de erro era de 1h44min para mais ou para menos, segundo o relatório de monitoramento – e o evento se deu pouco mais de uma hora e meia depois do previsto.

Na noite de terça-feira (20), uma câmera do Centro de Observação da Terra da ESA localizada nos arredores de Roma capturou imagens do satélite passando sobre a área – veja aqui.

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De acordo com a agência, o maior fragmento do satélite de mais de duas toneladas que podia chegar ao solo seria de cerca de 52 kg (peso médio de uma geladeira), e as chances de um pedaço cair na cabeça de alguém era de uma em um bilhão.

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Satélite desativado da ESA deixa legado para futuras espaçonaves

O satélite ERS-2 foi lançado em 1995, com a função de coletar dados cruciais sobre mudanças climáticas e o meio ambiente. A espaçonave é equipada com uma variedade de instrumentos avançados, como radar de abertura sintética, altímetro de radar e sensores para medir temperatura da superfície oceânica e ventos marítimos – tendo proporcionado uma visão sem precedentes da Terra.

Além disso, sua capacidade de monitorar desastres naturais, como inundações e terremotos, foi fundamental para alertar e ajudar comunidades em todo o mundo em momentos críticos ao longo dos anos.

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Com o término de sua vida útil em 2011, a ESA iniciou o processo de aposentadoria do ERS-2, preparando-o para seu último grande ato: a reentrada na atmosfera terrestre alcançada nesta tarde. 

O legado do ERS-2 vai além dos dados que coletou. Ele pavimentou o caminho para o desenvolvimento de futuras missões espaciais, fornecendo tecnologias e conhecimentos essenciais para satélites meteorológicos, missões de pesquisa científica e outros programas de observação da Terra.

Seu radar, por exemplo, foi um precursor dos sistemas usados em missões como o satélite Copernicus Sentinel-1, enquanto seu altímetro de radar ajudou a influenciar o sensor da missão CryoSat Earth Explorer, crucial para mapear mudanças na espessura do gelo polar.

É importante reconhecer o papel vital desse satélite europeu desativado na ampliação de nosso entendimento sobre a Terra e as mudanças do planeta. Seu legado continuará a inspirar e informar futuras gerações de cientistas e pesquisadores, à medida que enfrentamos os desafios ambientais da atualidade.