Mancha solar visível da Terra sofre duas explosões do tipo mais poderoso

Uma grande mancha solar denominada AR3590 produziu uma poderosa erupção de classe X1.8, seguida de outra X1.7
Flavia Correia22/02/2024 13h15, atualizada em 22/02/2024 16h57
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Explosão na mancha solar AR3590. Crédito: AIA/SDO/NASA
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Manchas solares são regiões escuras na superfície do Sol causadas por intenso fluxo magnético no interior da estrela. Ocasionalmente, esse acúmulo de energia faz a mancha explodir, ejetando material solar para o espaço – muitas vezes, atingindo a Terra.

Vamos entender:

  • O Sol tem um ciclo de 11 anos de atividade solar;
  • Ele está atualmente no que os astrônomos chamam de Ciclo Solar 25;
  • Esse número se refere aos ciclos que foram acompanhados de perto pelos cientistas;
  • No auge dos ciclos solares, o astro tem uma série de manchas em sua superfície, que representam concentrações de energia;
  • À medida que as linhas magnéticas se emaranham nas manchas solares, elas podem “estalar” e gerar rajadas de vento;
  • De acordo com a NASA, essas rajadas são explosões massivas do Sol que disparam partículas carregadas de radiação para fora da estrela em jatos de plasma (também chamados de “ejeção de massa coronal” – CME);
  • Os clarões (sinalizadores) são classificados em um sistema de letras pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) – A, B, C, M e X – com base na intensidade dos raios-X que elas liberam, com cada nível tendo 10 vezes a intensidade do anterior.

Leia mais:

Na noite de quarta-feira (21), de acordo com o site de climatologia e meteorologia espacial Spaceweather.com, uma grande mancha solar denominada AR3590 produziu uma poderosa erupção de classe X1.8.

Como consequência, houve um apagão de rádio de ondas curtas sobre o oeste dos EUA e o Oceano Pacífico. O Observatório de Dinâmicas Solares (SDO) da NASA registrou o flash ultravioleta extremo:

Visão ultravioleta da explosão na mancha solar AR3590. Crédito: AIA/SDO/NASA

Como ver a mancha solar AR3590

Ainda segundo a plataforma, a mancha solar AR3590 é tão grande que pode ser facilmente observada da Terra, sem a necessidade de equipamentos específicos – sem esquecer que não se deve olhar diretamente para o Sol em momento algum sem a devida proteção: os óculos para eclipse (saiba mais aqui).

Horas depois, já na manhã desta quinta-feira (22), essa mancha solar entrou em erupção novamente, produzindo uma explosão de classe X1.7. Nenhum dos dois episódios produziu uma CME brilhante, o que significa que elas não causarão uma tempestade geomagnética na Terra.

No entanto, a mancha AR3590 tem um campo magnético instável ‘beta-gama-delta’ que abriga energia para explosões adicionais de classe X – vamos aguardar.

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.