O ápice da terceira onda de calor de 2024 no Brasil deve ocorrer entre esta quinta-feira (14) e sábado (16), segundo meteorologistas. E ela cobre grande parte do país. Em cinco estados, espalhados em três regiões, as máximas estimadas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) ficaram 5ºC acima da média, por exemplo. Mas, afinal, o que é esse calorão? E de onde ele vem?

Para quem tem pressa:

  • Uma onda de calor é caracterizada pelo aumento das temperaturas acima da média em 5°C por cinco dias ou mais, segundo critérios meteorológicos. Já o Inmet define esse aumento conforme a média mensal, sem especificar a duração dele;
  • O fenômeno ocorre devido a massas de ar quente e seco e bloqueios atmosféricos, que impedem o avanço de frentes frias. Essas condições são reforçadas por ventos no sentido anti-horário que intensificam a estagnação do ar quente;
  • A onda de calor também é influenciada por fatores como o El Niño, que pode intensificar as altas temperaturas. O Inmet emite alertas com diferentes níveis de perigo para informar sobre os riscos à saúde e ao meio ambiente associados ao calor extremo;
  • A ocorrência de ondas de calor no Brasil tem aumentado significativamente. Atualmente, registros apontam para mais de 50 dias afetados anualmente em algumas regiões. Esse fenômeno mostra o impacto das mudanças climáticas na frequência e intensidade desse tipo de evento.

Em resumo: a onda de calor ocorre quando as temperaturas excedem a média em 5°C por cinco dias ou mais, segundo critérios meteorológicos. Já o Inmet define o fenômeno pelo aumento de 5°C em relação à média mensal, sem especificar a duração do aumento. As informações são do G1.

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Por dentro da onda de calor

Visão panorâmica da cidade de São Paulo durante pôr do sol
(Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Esse evento é mais comum no final da primavera, à medida que o verão se aproxima. Mas vem se tornando mais frequente nos últimos anos. Sua formação depende de massas de ar quente e seco, além de bloqueios atmosféricos que funcionam como barreiras ao impedir o avanço das massas de ar.

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Os bloqueios atmosféricos, caracterizados pela circulação de ventos no sentido anti-horário, reforçam as massas de ar quente e seco. Isso impede o deslocamento de frentes frias para o continente, fazendo com que elas se desviem para o oceano. E isso intensifica a onda de calor no interior.

Meteorologistas ouvidos pelo G1 explicam que a transição da primavera para o verão favorece o aumento das temperaturas, especialmente devido à menor ocorrência de chuvas e consequente redução de nuvens, que poderiam atenuar o calor. O fenômeno El Niño, por sua vez, pode intensificar as altas temperaturas no verão.

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O Inmet emite três tipos de alertas para ondas de calor – perigo potencial, perigo e grande perigo – com base na duração e intensidade do aumento de temperatura. Esses alertas visam informar a população sobre os riscos associados ao calor extremo.

Calorão em 2024

Silhueta de mulher contra o sol em dia quente
(Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O Brasil registrou três ondas de calor nos primeiros três meses de 2024, indicativo do impacto das mudanças climáticas no aumento da frequência e intensidade desses eventos. O aquecimento global, que altera padrões climáticos e elevam temperaturas médias, é apontado como fator que contribui para a ocorrência mais frequente de ondas de calor.

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Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam um aumento significativo no número de dias afetados por ondas de calor por ano – passou de uma média de sete dias até os anos 1990 para mais de 50 dias na década de 2010. Esse aumento é observado em quase todo o Brasil, exceto em algumas regiões do Sul e parte do sul de São Paulo e Mato Grosso do Sul.