X (Twitter) perde ação contra ONG que combate discurso de ódio

A rede social de Elon Musk havia processado a ONG em função de denúncias de aumento da desinformação e do discurso de ódio na plataforma
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 26/03/2024 10h16
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Imagem: Camilo Concha/Shutterstock
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A justiça dos Estados Unidos negou uma ação apresentada pela rede social X (antigo Twitter) contra uma organização sem fins lucrativos. O Centro de Combate ao Ódio Digital (CCDH, na sigla em inglês) havia denunciado o aumento da desinformação e do discurso de ódio na plataforma desde que ela foi adquirida por Elon Musk.

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Celular com logomarca do X, antigo Twitter, em cima de teclado de notebook
X é acusado de não moderar discursos que violam as regras da plataforma (Imagem: sdx15/Shutterstock)

A decisão da justiça

O processo, apresentado em julho do ano passado, acusava a organização de empreender uma campanha de desprestígio mediante uma compilação seletiva de dados que prejudicou a relação da empresa com anunciantes e provocou perdas de dezenas de milhões de dólares em receitas.

No entanto, o juiz distrital Charles Breyer, de São Francisco, considerou que era “evidente” que Musk processou o Centro de Combate ao Ódio Digital porque ele não gostou das críticas recebidas e achou que isso prejudicaria a imagem da rede social e afastaria anunciantes.

Além disso, a decisão da justiça aponta que a rede social pretendia dissuadir a realização de novos levantamentos sobre desinformação e discurso de ódio na plataforma no futuro.

Esperamos que esta decisão histórica incentive os investigadores de interesse público de todo o mundo a continuar, e inclusive intensificar, seu trabalho vital de fazer com que as empresas de redes sociais prestem contas pelo ódio e a desinformação que armazenam e o dano que causam.

Imran Ahmed, diretor executivo e fundador de CCDH

O X prometeu recorrer da decisão. As informações são da Reuters.

elon musk x
Justiça entendeu que rede social de Elon Musk tentou dissuadir futuras críticas (Imagem: kovop/Shutterstock)

Rede social é acusada de não tomar medidas para combater violações

  • Diversos levantamentos apontam que os casos de desinformação e discursos de ódio aumentaram consideravelmente na rede social desde que Musk adquiriu a plataforma em outubro de 2022.
  • Após assumir, o empresário demitiu milhares de funcionários, cortou a moderação de conteúdo e restabeleceu muitos perfis que haviam sido banidos anteriormente.
  • Em função disso, diversos anunciantes abandonaram a rede social, causando uma queda expressiva na verba deste setor.
  • Elon Musk acabou deixando o cargo de CEO da empresa e colocou Linda Yaccarino, ex-chefe de publicidade da NBCUniversal da Comcast, no seu lugar.
  • O objetivo era justamente garantir o retorno das receitas de publicidade.
  • No entanto, as acusações contra o X continuaram.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.