Duas vezes em um intervalo de apenas um mês, o Telescópio Espacial Hubble, da NASA, sofreu a mesma anomalia e precisou entrar em modo de segurança. A primeira foi em 23 de abril, conforme noticiado pelo Olhar Digital, e a segunda, em 24 de maio.

A falha persistente em questão está relacionada a um dos três giroscópios atualmente em operação no equipamento (de um total anterior de seis). Giroscópios são dispositivos que medem as taxas de giro do telescópio e fazem parte do sistema que determina e controla precisamente a direção para a qual ele aponta.

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Imagem de câmera de bordo do telescópio Hubble. Crédito: NASA

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Este problema recorrente (que também aconteceu em novembro do ano passado) poderia significar o fim de uma jornada de 34 anos de ciência espacial, mas os engenheiros da NASA já previam esta situação desde o lançamento do Hubble, de modo que o equipamento pode trabalhar com apenas um giroscópio funcionando.

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Até que o processo de modificação do sistema para apenas um giratório fosse concluído, o Hubble permaneceu em modo de segurança, segundo um comunicado da NASA. De acordo com a agência, a espaçonave retornou às operações científicas em 14 de junho, obtendo a primeira imagem desta nova configuração de apontamento. 

A nova imagem mostra NGC 1546, uma galáxia próxima na constelação de Dorado. Sua orientação nos permite ver claramente as faixas de poeira acima e iluminadas pelo núcleo da galáxia. Essa poeira absorve a luz do núcleo, que fica avermelhada e faz a poeira parecer marrom-enferrujada.

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A primeira imagem obtida pelo Hubble usando apenas um giroscópio mostra a galáxia NGC 1546. Crédito: NASA, ESA, STScI, David Thilker (JHU)

O núcleo brilha intensamente com uma luz amarelada, indicando uma população de estrelas mais velhas. Regiões azuis brilhantes, onde há formação estelar ativa, são visíveis através da poeira. Diversas galáxias de fundo também podem ser vistas, incluindo uma espiral à esquerda da NGC 1546.

A captura foi feita pela Wide Field Camera 3 do Hubble como parte de um programa conjunto com o Telescópio Espacial James Webb, também da NASA. O programa também utiliza dados do Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), permitindo que os cientistas obtenham uma visão detalhada e em múltiplos comprimentos de onda de como as estrelas se formam e evoluem.

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A equipe da NASA espera que o Hubble possa realizar a maioria de suas observações científicas nessa nova configuração, continuando suas descobertas inovadoras do cosmos.

“A nova imagem do Hubble de uma galáxia espetacular demonstra o sucesso total do nosso novo modo de apontamento mais estável para o telescópio”, disse Jennifer Wiseman, cientista sênior do projeto Hubble no Centro Espacial Goddard, da NASA. “Estamos prontos para muitos anos de descobertas, observando desde nosso sistema solar até galáxias distantes. O Hubble desempenha um papel poderoso no conjunto de ferramentas astronômicas da NASA”.