Qual era a velocidade do asteroide que matou os dinossauros?

Você já se perguntou em que velocidade estava o asteroide que foi responsável pela extinção dos dinossauros? Saiba mais na matéria
Por Camila Oliveira, editado por Layse Ventura 21/10/2024 08h20
Chuva de fogo no céu; abaixo, dinossauros
Imagem: Aunt Spray / Shutterstock
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Todo mundo sabe que os dinossauros, que dominavam nosso planeta antes dos seres humanos, foram extintos por um asteroide que atingiu a Terra há cerca de 66 milhões de anos, abrindo uma cratera que hoje conhecemos como Chicxulub. Além deles, muitas outras espécies que viviam por aqui também deixaram de existir.

Porém, esse não foi o único estrago que o asteroide fez na Terra. De acordo com estudos publicados na revista científica AGU Advances, o choque foi responsável pela formação de ondas de até 4,5 km de altura, com energia inicial quase 30 vezes maior do que o do maremoto que atingiu a Ásia há 20 anos.

Leia mais:

Para causar a extinção de diversas espécies e ainda um tsunami de tamanha proporção, é de se questionar qual o tamanho e velocidade que o asteroide tinha quando atingiu nosso planeta há milhões de anos. Saiba mais sobre essas informações na matéria abaixo.

Velocidade do asteroide que matou os dinossauros

Pesquisadores da Universidade de Michigan chegaram a essas conclusões sobre o tsunami por maio de análises de mais de 100 núcleos espalhados pelo planeta, além de simulações de computador do que poderia acontecer caso um objeto espacial do tamanho aproximado do asteroide atingisse a Terra nos dias de hoje.

Com as observações, feitas com a ideia de impacto vertical (por limitações do código utilizado pelos cientistas), foi concluído que o corpo celeste de 14 km de diâmetro que atingiu Chicxulub estava a 43.500 km/h. Esse número representa cerca de 35 vezes a velocidade do som, e criou uma cratera de 100 km, além de levantar uma enorme nuvem de poeira.

Além de acabar com os dinossauros, a catástrofe causou a extinção em massa de 75% da vida animal e vegetal do planeta. Além disso, a queda do asteroide criou uma série de eventos cataclísmicos: mudança das temperaturas globais; nuvens de aerossol, fuligem e poeira no ar; além de incêndios florestais que começaram com pedaços de material em chamas que reentraram na atmosfera.

Em 48 horas, o tsunami deu a volta ao mundo, sendo milhares de vezes mais energético do que os tsunamis modernos causados por terremotos.

Como o tsunami foi formado

Nas simulações, foi colocado o alvo como uma costa granítica, com sobreposição de uma camada de sedimento de 4 km de espessura, além de um oceano com profundidade de 1 a 3 km. Com o impacto, uma cortina de material ejetou a água para fora, projetando ondas.

As primeiras chegaram a 4,5 km de altura. Depois de cinco minutos de impulso e o pico inicial, uma massa com 1,5 km empurrou o mar em todas as direções, com energia compatível com a de grandes terremotos. E tudo isso ocorreu apenas nos primeiros dez minutos após a queda do asteroide.

Para demonstrar a força do tsunami, foram encontrados afloramentos “jogados” pelas ondas na Nova Zelândia, a mais de 12 mil km de distância do local do impacto original, localizado na Península do Iucatã, no México.

Para chegar a esse resultado, os cientistas usaram um método de análise de sedimentos marinhos influenciados antes ou logo após a queda do asteroide, comparando com pares de outros estudos.

No entanto, mesmo sendo um evento devastador, algumas regiões do planeta conseguiram escapar das consequências do impacto, como o Atlântico Sul, o Pacífico Norte, o Oceano Índico e o Mar Mediterrâneo. Em regiões costeiras, as ondas podiam ultrapassar 100 metros, o que superaria todos os maremotos já documentados na história.

Gráfico mostrando o movimento da altura da superfície do mar do tsunami quatro horas após o impacto do asteroide / De Range
Camila Oliveira
Colaboração para o Olhar Digital

Camila Oliveira é jornalista desde 2012. Curiosa e inquieta, já passou por diversas editorias e também trabalhou em outras áreas. Hoje é colaboradora do Olhar Digital e escreve sobre o que mais gosta.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.