Menos de 30 dias após seu pouso, o rover Perseverance começou sua missão científica de exploração do planeta. A agência espacial norte-americana (Nasa) anunciou nesta quarta-feira (10) que recebeu na Terra as primeiras imagens da SuperCam.

Instalada no topo de um mastro no robô, a SuperCam pode realizar cinco tipos de análises para estudar a geologia de Marte e ajudar os cientistas a escolher quais rochas o veículo deve estudar em sua busca por sinais de vida microbiana antiga.

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A SuperCam foi desenvolvida em conjunto pelo Laboratório Nacional de Los Alamos (LANL) no Novo México e um consórcio de laboratórios de pesquisa franceses sob tutela do Centre National d’Etudes Spatiales (CNES).

“É incrível ver a SuperCam funcionando tão bem em Marte”, disse Roger Wiens, o principal investigador do equipamento no Laboratório Nacional de Los Alamos, no Novo México. “Quando sonhamos pela primeira vez com este instrumento, há oito anos, tivemos medo de estarmos sendo ambiciosos demais. Agora ela está lá em cima funcionando perfeitamente. ”

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A equipe da SuperCam recebeu os primeiros conjuntos de dados do sensor visível e infravermelho (VISIR) do instrumento, bem como de seu espectrômetro Raman. O VISIR usa a luz do Sol refletida em rochas e sedimentos para estudar seu conteúdo mineral.

"Alvo" instalado no Perseverance para testar a calibração da Supercam.
“Alvo” instalado no Perseverance para testar a calibração da Supercam. Imagem: Nasa

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Perseverance grava o som de laser em Marte

O VISIR complementa o espectrômetro Raman, que usa um feixe de laser verde para analisar as ligações químicas em uma amostra e determinar quais elementos estão presentes.

Entre os dados entregues pela Perseverance ao centro de operações da Agência Espacial Francesa em Toulouse estão os primeiros sons de disparos de laser em outro planeta. São os “cliques” repetidos que podem ser ouvidos na gravação abaixo:

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Os cliques são o som dos disparos do laser verde do espectrômetro Raman contra rochas na superfície de Marte. Fonte: Nasa

“Esta é a primeira vez que um instrumento usa a espectroscopia Raman em qualquer lugar que não seja na Terra!”, disse Olivier Beyssac, diretor de pesquisa do CNRS no Institut de Minéralogie, de Physique des Matériaux et de Cosmochimie em Paris.

“Esta técnica vai desempenhar um papel crucial na caracterização de minerais para obter uma visão mais profunda das condições geológicas sob as quais eles se formaram e para detectar moléculas orgânicas e minerais que podem potencialmente ter sido formados por organismos vivos.”

“Quero estender meus sinceros agradecimentos e parabéns aos nossos parceiros internacionais no CNES e à equipe da SuperCam por fazer parte desta jornada importante conosco”, disse Thomas Zurbuchen, administrador associado de ciência na sede da NASA em Washington.

Fonte: Nasa