Fabricante americana de microprocessadores e circuitos integrados, a Intel Corp. deverá investir US$ 20 bilhões para construir duas novas fábricas no Arizona, nos Estados Unidos, com intuito de expandir sua produção de componentes. A expectativa é de que as operações das novas construções sejam iniciadas somente em 2024. As informações foram divulgadas pelo CEO da companhia, Pat Gelsinger, em evento online na última terça-feira (23).
Além disso, a big tech anunciou a criação de uma nova divisão de sua companhia: a Intel Foundry Services. O novo braço da Intel será responsável por ampliar a produção de semicondutores nos Estados Unidos e Europa, já que o segmento tem crescido consideravelmente nos últimos anos.
Segundo Gelsinger, a expansão dará à Intel “uma capacidade única de ter produtos de liderança, com liderança na cadeia de suprimentos e estrutura de custos de liderança em todas as partes do nosso negócio”.
Ainda durante o evento, foi divulgada a chegada da nova geração de chips com sete nanômetros para o segundo trimestre deste ano. Por conta da pandemia de coronavírus, a empresa sofreu diversos atrasos em sua cadeia de produção. No entanto, a companhia adotou simplificações nos processos que vão retomar o “tempo perdido”.

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Investimento agressivo
O anúncio ambicioso da Intel configura um desejo da companhia de retomar a liderança no setor de manufatura. A empresa americana dominou a indústria por décadas, mas rivais como Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. e Samsung Electronics Co. cresceram ao longo dos últimos anos e alcançaram notoriedade no mercado.
Além disso, o mercado de componentes vive um cenário de escassez desde o início da pandemia, no começo do ano passado. Diversas fabricantes sofreram atrasos em sua linha de produção, embora a procura por computadores e notebooks tenha aumentado por conta da adoção do regime home office.
Em teoria, o plano da Intel para expandir sua produção é anunciado em um ótimo momento. Resta saber se a companhia terá recursos suficientes para acompanhar essa ampliação. Isso porque a empresa prevê um aumento de gastos estimado em US$ 6 bilhões para este ano. Para piorar, a receita da empresa projetada para 2021 não atingiu as estimativas do jornal americano The Wall Street.
É uma aposta e, se bem sucedida, certamente elevará o patamar da Intel. Há oportunidade no mercado, mas sobram incertezas diante de um vírus que assola todo o mundo.
Fonte: Bloomberg