Acusada de não respeitar os intervalos de refeições de seus funcionários, a gigante Amazon, de Jeff Bezos, agora está sob a mira do Tribunal Federal norte-americano. O caso tramitava no Tribunal Superior do Condado de San Francisco desde fevereiro deste ano, mas foi movido para o Tribunal Distrital dos Estados Unidos na Califórnia na última sexta-feira (26), após o processo ganhar status de ação coletiva.
O processo envolve o armazém de Vacaville, um dos centros de atendimento da Amazon na Califórnia. De acordo com Lovenia Scott, uma ex-funcionária da unidade, a companhia não respeitava os intervalos de refeição de 30 minutos obrigatórios de seus funcionários.
Isso porque havia uma recomendação de que os trabalhadores deveriam monitorar seus walki-talkies mesmo durante as pausas. Se algum problema fosse reportado, eles interrompiam a refeição e partiam em busca de solucionar o contratempo.
Além disso, Scott afirma que muitos trabalhadores faziam seus intervalos ao mesmo tempo por conta da organização em Vacaville, o que provocava filas imensas para registros no sistema do computador. E quem ficava no final da fila sofria ainda mais: a longa espera para comer culminava em intervalos ainda menores.
E isso quando era possível, já que a ex-empregada da Amazon admitiu que muitos funcionários nem ao menos conseguiam fazer intervalos curtos de 10 minutos, por conta de turnos “cronicamente sobrecarregados”.
Leia mais:
- Varejista gasta US$ 200 mil em processo contra Amazon
- Processo contra Amazon é abandonado pelo Parler, que decidiu abrir nova ação contra a empresa
- Amazon enfrenta processos judiciais depois de demitir 7 grávidas
Histórico negativo
O caso envolvendo o desrespeito aos intervalos obrigatórios de seus funcionários pela Amazon soma-se a outras polêmicas trabalhistas da companhia.
Em 2014, por exemplo, a Suprema Corte decidiu que os trabalhadores da Amazon de um depósito em Nevada não tinham que pagar pelo tempo gasto durante a revista de malas após terem batido o ponto.
Já em um caso mais recente, do começo de março deste ano, tanto a Amazon quanto sua empreiteira subcontratada Green Messengers foram multadas em US$ 6,4 milhões. O motivo? A investigação estadual constatou que a terceirizada da empresa de Jeff Bezos além de pagar mal seus funcionários, obrigava os motoristas a fazerem uma jornada puxada (sem pausas para refeição ou descanso) e não os compensava por isso.
Procurada pelo The Verge, a Amazon não comentou sobre o recente processo transferido para o Tribunal Federal dos EUA. Juntamente com a divulgação do caso, funcionários das unidades em Bessemer (Alabama) estudam formar o primeiro sindicato da Amazon nos Estados Unidos.
Fonte: The Verge