Em se tratando de investimentos com tecnologia da informação (TI), a América Latina deve ser a última região do mundo a se recuperar no pós-pandemia, segundo analistas do Gartner. A previsão é de que os países latinos cheguem a um patamar anterior à crise causada pelo coronavírus apenas em 2024.
A título de comparação, a China, por exemplo, já superou o patamar dos gastos com TI que o país registrou em 2019, enquanto que a expectativa para América do Norte e Europa é de que essas regiões se recuperem até o final deste ano.
Segundo a Statista, a previsão de gastos LATAM em TI para 2021 é de crescimento de 7,7% na comparação com 2020. Entre 2018 e 2019, o setor de TI cresceu 10,5% na região, segundo dados da mesma empresa de análises.

Para o Brasil, especificamente, um estudo da IDC publicado no início deste ano aponta para a previsão de crescimento de cerca de 7%, ou um total de US$ 64,4 bilhões.
Vale ressaltar que o Brasil é o maior mercado de TI e comunicações da América Latina e a confiança de empresários está crescente: 50% das empresas estão com planos de ampliar os gastos em 2021, ainda segundo a consultoria.
De acordo com a Statista, a previsão para o Brasil é um pouco mais comedida: 5%. Segundo a especialista em análises, a Argentina deve ser o país com recuperação mais rápida, ou crescimento de 10,4% na comparação com o último ano, seguido por México (10%) e Peru (9%).

Mudança de foco nos investimentos
Ainda segundo o Gartner, globalmente, os investimentos com TI devem alcançar a marca de US$ 4,1 trilhões em 2021, um aumento de 8,4% na comparação com 2020, em meio à iniciativas que passarão de um cenário de aceleração rumo ao trabalho remoto em massa, para um ambiente em que a inovação será o foco principal.
“No ano passado, os gastos com TI assumiram a forma de uma reação instintiva para permitir uma força de trabalho remota em questão de semanas”, observa John-David Lovelock, vice-presidente de pesquisa do Gartner.
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Para ele, à medida que o trabalho híbrido se torna “o novo normal”, CIOs se concentrarão em investimentos “que possibilitem a inovação, não apenas a conclusão de tarefas”.
Experiência e bem-estar dos funcionários deve ser prioridade dos investimentos em tecnologia para os próximos meses e, segundo o Gartner, isso impulsionará gastos nos segmentos de software social e plataformas de colaboração, bem como softwares para gestão de recursos humanos.