Voos entre o Recife e João Pessoa ou entre o Rio de Janeiro e São Paulo levam menos de uma hora, mas deixam como rastro dezenas de quilos de CO2. Para reduzir as emissões de poluentes, uma startup britânica, chamada Hybrid Air Vehicles (HAV), desenvolveu dirigíveis ecológicos comerciais para fazer traslados entre cidades de curta distância.

Com sede em Bedford, cidade 74 quilômetros a norte de Londres, a HAV quer servir rotas como Liverpool-Belfast (capital da Irlanda do Norte) até 2025. A startup também incluiu o trajeto entre Barcelona e Palma de Maiorca, com o dirigível Airlander 10, com capacidade para 100 passageiros.

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Normalmente, um voo de avião entre Liverpool-Belfast leva 50 minutos, tempo similar à viagem Barcelona-Palma de Maiorca. A duração é justamente o lado negativo do dirigível, que precisa de 4h30 a 5h20 no ar para ir de uma cidade a outra. Mas, segundo a empresa, o tempo é similar ao necessário para chegar ao aeroporto com a antecedência requerida.

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Em compensação, o dirigível da HAV gera uma pegada de carbono mais que 10 vezes menor. Enquanto um avião a jato tem uma pegada de CO2 por passageiro de cerca de 53 quilos, a do dirigível da companhia é de apenas 4,5 quilos. “A aeronave é ideal para aplicações de mobilidade entre cidades como Liverpool a Belfast e Seattle a Vancouver, que a Airlander pode atender com uma pequena fração das emissões das opções de ar atuais”, diz a empresa.

Projeção do layout interno dos dirigíveis
Cabine do dirigível na versão para 72 passageiros. Imagem: HAV/Divulgação

O presidente-executivo da HAV, Tom Grundy, compara o dirigível a uma “balsa rápida”. “Este não é um produto de luxo, é uma solução prática para os desafios impostos pela crise climática”, destacou. Segundo Grundy, 47% dos voos regionais de aviões conectam cidades a menos de 370 quilômetros de distância.

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Mesmo em um espaço tão pequeno, as emissões de CO2 são grandes. “Temos aeronaves projetadas para percorrer distâncias muito longas indo distâncias muito curtas, quando na verdade existe uma solução melhor. Por quanto tempo mais esperaremos ter o luxo de viajar essas distâncias curtas com uma pegada de carbono tão grande?”, questionou.

Tom Grundy ainda acrescentou que a HAV pode reduzir ainda mais a pegada de carbono no futuro, pois espera alcançar dirigíveis totalmente elétricos. Por enquanto, a empresa negocia com companhias áreas para operar rotas e deve anunciar parcerias nos próximos meses. Até agora, a startup assinou acordo para entregar uma aeronave para a sueca OceanSky Cruises.

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Os veículos aéreos devem ser produzidos no Reino Unido e a empresa quer contratar cerca de 500 pessoas, envolvidas diretamente na construção dos dirigíveis, além de gerar mais 1,5 mil empregos secundários. Atualmente, 70 pessoas trabalham na HAV. O objetivo da companhia é confeccionar 12 aeronaves por ano a partir de 2025.

O protótipo do Airlander 10 custou £ 25 milhões (R$ 18,6 bilhões) e fez seis voos testes. Alguns não deram tão certo, como o segundo voo, em 2016, em que o dirigível caiu depois de uma viagem inaugural de 30 minutos bem sucedida. Segundo a HAV, os danos aconteceram no pouso. O dirigível é capaz de decolar e pousar de qualquer superfície plana e chega a 2,1 mil metros de altitude, com velocidade de 91 km/h.

Via: Futurism / The Guardian

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