A SpaceX conseguiu na tarde desta quarta-feira (26) completar a construção da primeira “camada” (shell) de sua constelação Starlink. O foguete Falcon 9 B1063 carregando 60 satélites decolou da estação da Força Espacial dos EUA em Cabo Canaveral, na Flórida, às 15h59 (horário de Brasília).

Em abril deste ano a CEO da SpaceX, Gwynne Shotwell, afirmou que seriam necessários 1.680 satélites para oferecer cobertura global, mas que o serviço continuaria em estado “beta” por algum tempo, mesmo após esta marca ser atingida. Com o lançamento de hoje, são 1.737 satélites em órbita.

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A construção da constelação começou em 24 de maio de 2019, com o lançamento dos primeiros 60 satélites de teste. Destes, apenas 1 continua em operação. Os primeiros 60 satélites operacionais, dos quais 54 ainda estão em funcionamento, foram lançados em 11 de novembro de 2019.

Atualmente, interessados em adquirir o serviço nos EUA, Canadá e Reino Unido devem pagar US$ 99 (R$ 525) por uma reserva no site da Starlink. Se o serviço estiver disponível em sua região, deverão pagar mais US$ 499 (R$ 2.647) pela estação base e antena, além de uma mensalidade de mais US$ 99 (R$ 525). 

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O “kit” de acesso da Starlink inclui antena e roteador. Imagem: SpaceX

A SpaceX enfatiza o caráter “beta” do serviço, lembrando aos interessados que flutuações de velocidade ou mesmo a perda completa do sinal por breves períodos podem ocorrer.

Recentemente a empresa dobrou a velocidade de conexão dos assinantes, mas isso causou instabilidade no serviço por alguns dias. No final de 2020 a SpaceX estabeleceu duas subsidiárias no Brasil para oferecer seus serviços no país. Entretanto, ainda não há uma previsão para operação além de “final de 2021”.

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A SpaceX não pretende parar a construção da Starlink. A empresa tem planos para múltiplas “camadas” de satélites ao redor do globo, com até 12 mil satélites em uma “primeira fase”, e planos para expansão futura com mais 30 mil.

100 lançamentos bem-sucedidos

Este foi o 100º lançamento bem-sucedido consecutivo de um foguete Falcon 9. O último acidente com um veículo do tipo aconteceu em 28 de junho de 2015, quando pressão excessiva no tanque de oxigênio líquido do segundo estágio do Falcon 9 B1018 fez com que ele explodisse em pleno voo.

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A missão carregava suprimentos para a Estação Espacial Internacional (ISS) e a cápsula não-tripulada Dragon sobreviveu à explosão, mas afundou no oceano já que não continha o software necessário para acionar os paraquedas na descida em caso de falha no lançamento.

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Os foguetes Falcon 9 são reutilizáveis, e projetados para uma vida útil de 10 lançamentos. O primeiro a atingir a marca foi o B1051, que decolou pela primeira vez em 2 de março de 2019 e completou seu décimo voo pouco mais de 2 anos depois, em 9 de maio deste ano.

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