Uber fecha acordo com sindicato e garante direitos trabalhistas no Reino Unido

Por Lauro Lam, editado por Tissiane Vicentin 28/05/2021 13h18
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Em um acordo histórico, o Uber reconheceu nesta quarta-feira (26) a sindicalização de motoristas que atuam no Reino Unido. O acordo garante mais proteção aos trabalhadores e foi comemorado pelo Sindicato GMB, que representa mais de 70 mil profissionais que atuam no país.

A decisão faz parte de uma briga judicial que chegou à Suprema Corte e o acordo tem como foco combater a popular “economia de bico”, ou a informalidade. A partir de agora, os motoristas poderão contar com uma negociação coletiva, com direito a um salário mínimo e outros benefícios. 

Direitos garantidos 

Com o acordo firmado, o sindicato espera fazer valer alguns direitos dos motoristas, atuando de maneira unificada com a empresa de tecnologia, sempre em defesa de boas condições de trabalho e segurança voltadas aos profissionais cadastrados no aplicativo.  

Após uma longa batalha judicial, motoristas do Uber poderão ser sindicalizados no Reino Unido, com direitos garantidos. Imagem:  Snapic_PhotoProduction / Shutterstock

A conquista é consequência de vários rounds travados com o Uber nos últimos anos no Reino Unido, pois a empresa nunca reconheceu os motoristas como funcionários diretos, situação que foi motivo de inúmeros processos – inclusive de discussões aqui no Brasil.

No Reino Unido, a decisão favorável foi influenciada por uma ação aberta por dois ex-motoristas, mas o sindicato conseguiu outros 25 depoimentos contra o Uber e os processos estão rolando na justiça britânica desde 2016. 

Participação ativa

Entre os benefícios desse acordo, o sindicato poderá representar oficialmente os motoristas, com participações ativas nas reuniões da categoria. Além disso, defenderá os motoristas em ações referentes a possíveis congelamentos dos acessos ao aplicativo, seja por reclamações de usuários ou baixas pontuações por motivos diversos. 

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No entanto, a inscrição no sindicato é facultativa aos motoristas do Uber e não contempla os cerca de 30 mil profissionais que prestam serviços ao Uber Eats.

Apesar dessa vitória judicial ser válida apenas no Reino Unido, ela abre precedentes para que sindicatos de diversos países possam usá-la de apoio na busca por mais direitos trabalhistas aos motoristas cadastrados no aplicativo, exigindo um salário mínimo, descanso semanal e adicionais por tempo trabalhado aos feriados.

Via: The Verge

Redator(a)

Lauro Lam é redator(a) no Olhar Digital

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Tissiane Vicentin é redator(a) no Olhar Digital