O Hospital das Clínicas de São Paulo emitiu um alerta para o Ministério da Saúde informando que identificou um caso suspeito de fungo negro, ou mucormicose, em um paciente com Covid-19. As informações são da coluna da Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.

A doença vem numa crescente exponencial na Índia, onde atingiu quase 9 mil pacientes com Covid-19 no país. Geralmente um sistema imunológico saudável pode lidar com o fungo sem que sintomas se manifestem. No entanto, pacientes vulneráveis por conta do tratamento contra o coronavírus têm chances maiores de serem infectados pelo patógeno, que mata mais de 50% dos acometidos.

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Além de São Paulo, Santa Catarina e Manaus (AM) também têm casos suspeitos da doença. Em Campo Grande, em Mato Grosso, um paciente com suspeita de infecção por fungo negro faleceu no início de junho – quando somávamos 29 casos confirmados; em todo o ano de 2020, foram 36 casos.

A mucormicose é uma doença rara causada pela exposição a mofo mucoso que é comumente encontrado no solo, plantas, esterco, frutas e vegetais em decomposição. O fungo está presente em praticamente todos os lugares do mundo, mas dificilmente causa complicações.

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Caso de fungo negro em São Paulo

Em São Paulo, o paciente possui 40 anos e apresentou um quadro moderado de Covid-19 antes de ter o “fungo negro”.

Além da Covid-19, outros fatores podem influenciar na infecção pelo patógeno, como diabetes, ser portador de doenças onco-hematológicas (como a leucemia) e até mesmo fazer uso de corticoides em doses elevadas. No entanto, o hospital informou que o homem diagnosticado em São Paulo não possui nenhuma dessas comorbidades associada à mucormicose.

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Em entrevista recente ao Olhar Digital, Marcelo Simão, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), explicou que são baixas as chances do Brasil sofrer com o fungo da mesma forma que a Índia. “Aparece bastante também em quem faz tratamento para leucemia, diabéticos, transplantados. No geral, em pessoas com sistema imunológico mais fraco. As drogas para combater a Covid-19, a internação, tudo isso favorece o surgimento do fungo”, disse.

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“Foi realmente uma surpresa que esse fungo esteja se espalhando dessa maneira na Índia. Mas parece ser algo particularmente de lá, que sempre teve muitos casos de mucormicose. Não acho que o Brasil corra algum risco desse tipo“, completou o especialista.

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