A cidade de São Paulo foi considerada o quarto maior ecossistema de inovação financeira do mundo todo, o que deixou o Brasil no top 15 do ranking geral de países. Pelo menos foi isso que reportou a edição deste ano do relatório Global Fintech Rankings, produzido pela Findexable em colaboração com a Mambu, responsável por classificar os principais ecossistemas de fintechs do planeta.

Segundo o relatório, feito por um algoritmo e análises de dados coletados pela StartupBlink, a capital paulista subiu uma posição em relação ao ranking de 2019. Com isso, a cidade figura no top 4 da lista, atrás apenas de São Francisco (EUA), Londres (Inglaterra) e Nova York (EUA), e à frente de cidades como Tel Aviv (Israel), Berlim (Alemanha), Boston (EUA) e Los Angeles (EUA).

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O salto da cidade tupiniquim fez o Brasil subir cinco posições e ocupar o 14° lugar entre os países com maior ecossistema de inovação financeira do mundo — a melhor colocação dentre os países latino-americanos. O Uruguai, por sua vez, desbancou 46 nações e agora ocupa a 17ª posição.

Ranking dos países da América Latina com os maiores ecossistemas de fintechs
Brasil é o país latino-americano mais bem colocado no ranking. Foto: 2021 Global Fintech Rankings

A liderança do ranking foi mantida pelos Estados Unidos, seguido pelo Reino Unido. Singapura, que chegou a ocupar a terceira posição na edição do ano passado caiu uma colocação, cedendo lugar para Israel. Suíça, Austrália e Suécia completaram o top 7.

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Digitalização acelerada

O relatório aponta ainda que o setor global de tecnologia financeira cresceu no ano passado, muito em função da digitalização acelerada pela pandemia de Covid-19. Não à toa, 20 novos países (de um total de 83) e 50 novas cidades (das 265 analisadas) foram adicionadas ao índice — que contabiliza regiões com, no mínimo, 10 fintechs.

E o crescimento do setor de tecnologia financeira foi importante para que o número de unicórnios (startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão) também aumentasse: de 61 em abril de 2020 para 108 no mesmo período deste ano. Com isso, as fintechs agora respondem por 20% do valor total de unicórnios tecnológicos — em 2019 a porcentagem era de 15%.

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O volume de investimentos atraídos pelas fintechs, por sua vez, aumentou de US$ 199 bilhões para US$ 440 bilhões. O problema é que “apenas” 58% dos US$ 22,4 bilhões captados de janeiro a março de 2021 foram resultados de investimentos seed, anjo e de série A. Mais de dois terços dos financiamentos vieram de “mega-rodadas”, com valores superiores a US$ 100 milhões cada, o que demonstra uma diferença considerável de investimentos entre quem está no topo e a próxima geração de fintechs.

“As empresas que eram inovadoras revolucionárias há apenas alguns anos agora estão em posições de quase monopólio graças aos efeitos de rede. Elas se tornaram as novas ‘manda-chuvas’. Mas e quanto aos inovadores que buscam capital semente para enfrentar um novo problema levantado pela pandemia? Para eles, o quadro é menos cor-de-rosa”, disse o relatório.

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Ilustração de investimentos em fintechs
Fintechs têm atraído grandes investimentos em 2021. Foto: Wright Studio/Shutterstock

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Fusões e aquisições em alta

Ainda no assunto investimentos, o mercado de M&A segue aquecido no Brasil. Após bater recorde no ecossistema de startups brasileiras em 2020, o volume de fusões e aquisições cresceu oito vezes durante o primeiro semestre deste ano, movimentando cerca de US$ 56 bilhões.

As movimentações entre as empresas brasileiras podem ser explicadas pelo aumento em 55% das ofertas de ações, que totalizaram US$ 15,3 bilhões no período. E com a manutenção das taxas de juros baixas, a forte atividade do mercado de capitais tem aumentado os recursos para financiar fusões e aquisições de mercado, que se tornaram bom negócio diante da pandemia de coronavírus.

De acordo com as instituições financeiras, a tendência deve se manter ao longo deste ano. Isso porque uma perspectiva econômica mais otimista para o Brasil no segundo semestre de 2021, principalmente com setores como varejo e fintechs, devem atrair ainda mais investimentos — especialmente os estrangeiros.

Fonte: LABS/LABS

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