Monte Etna: satélites registram 50ª erupção do vulcão no ano

Flavia Correia02/09/2021 10h16, atualizada em 02/09/2021 10h22
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Monte Etna visto durante sua 50ª erupção de 2021 em 30 de agosto pelo satélite Sentinel 2. (Crédito da imagem: Copernicus)
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No último domingo (29), o Monte Etna, vulcão mais alto e ativo da Europa, entrou em erupção pela 50ª vez no ano. O fenômeno foi captado pelo satélite Sentinel-2, da Agência Espacial Europeia (ESA).

Na imagem, registrada na segunda-feira (30), é possível ver uma das crateras do pico do vulcão ainda jorrando lavas vermelhas. A foto foi compartilhada no Twitter pela conta do escritório do diretor geral da Indústria de Defesa e Espaço da Comissão Europeia, na terça-feira (31).

Monte Etna cresceu cerca de 30 metros desde fevereiro

Localizado entre as províncias de Messina e Catânia, na parte ocidental da Sicília, Itália, o Monte Etna tem passado por uma temporada movimentada em 2021.

Apenas de fevereiro até agora, ele já cresceu em torno de 30 metros, em razão dessas erupções na cratera sudeste do pico, que levaram a uma “transformação notável na forma do vulcão”, relatou o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV) em um comunicado divulgado no início deste mês.

De acordo com o vulcanologista Boris Behncke, do INGV, que opera um observatório logo abaixo do gigante fumegante, os cientistas sabiam que o Etna estava tramando algo desde o final de 2020, quando começou a lançar nuvens de cinzas e gás.

“O Etna estava se preparando para algo grande (temíamos uma erupção pelo flanco) com intensa atividade sísmica, deformação do solo e desgaseificação”, disse Behncke, no Twitter. “Em 16 de fevereiro, a série real de paroxismos [erupções] começou, a sismicidade parou e a deformação do solo foi revertida para deflação”.

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Desde então, os cientistas têm estado de olho no Etna. O estudo que revela o crescimento sem precedentes do vulcão usou dados do grupo de satélites Pléiades, operado pela empresa aeroespacial europeia Airbus. 

Pertencentes ao programa de observação da Terra Copernicus, da ESA, os satélites Sentinel, entre outros, têm monitorado de perto a quantidade de dióxido de enxofre perigoso que escapa das entranhas do Etna. 

Na segunda-feira (30), a plataforma de análise de dados ambientais ADAM postou uma imagem no Twitter baseada em dados do satélite Copernicus Sentinel 5P, em que é possível identificar a pluma de dióxido de enxofre da última erupção se espalhando pela Grécia e Turquia. 

Plumas vulcânicas podem impactar tráfego aéreo

Plumas vulcânicas podem atingir altitudes muito elevadas e impactar o tráfego aéreo. Uma pluma semelhante emitida pelo Etna no início de abril foi detectada na altitude de 7 km.

No nível do solo, o dióxido de enxofre pode irritar o sistema respiratório humano e desencadear doenças como asma em indivíduos suscetíveis.

De acordo com o Observatório da Terra da Nasa, o Monte Etna teve início como um vulcão submarino que cresceu lentamente acima do nível do mar à medida que entrava em erupção, repetidamente, aumentando gradualmente sua altura com lava solidificada. Agora está amplamente coberto por fluxos de lava históricos de erupções que aconteceram até 300 mil anos atrás. Você pode ter uma visão digital em 3D do cume do Etna, clicando aqui.

Com informações do Space.

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Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.