SpaceX começa instalação do “Mechazilla”, braço robótico que vai “agarrar” foguete

Mecanismo servirá como estação de serviço para bases verticais, além de supostamente resgatar os foguetes Super Heavy após lançamento
Por Rafael Arbulu, editado por André Lucena 03/09/2021 16h46, atualizada em 03/09/2021 16h58
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Starship deve fazer voo ao redor da Lua já em 2023. Crédito: Elon Musk/Twitter
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A SpaceX de Elon Musk finalmente começou a instalar as partes que vão compor o “Mechazilla”, o imenso braço robótico cuja atribuição, especula-se, será a de “agarrar” foguetes Super Heavy que a empresa usar em seus lançamentos da nave orbital Starship.

Oficialmente, o “Mechazilla” – apelido dado ao conjunto pelo próprio Elon Musk – servirá como estação de serviços para conjuntos de lançamento quando estes já estiverem instalados na base. Ao todo, serão três braços, com a montagem do primeiro começando pelo seu suporte principal de sustentação.

Diversos usuários registraram a novidade pelo Twitter:

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Referidos como “Braços QD” (sigla em inglês para “desacoplagem rápida”), eles vão segurar um conector que será conectado à base da Starship, preenchendo-a com combustível e outros itens consumíveis, conectando a nave à terra.

Isso serve para confirmar uma mudança de design do conjunto: antigamente, pensava-se que a SpaceX usaria um cabo conectado ao próprio foguete Super Heavy para “encher o tanque”. Por essa razão, os protótipos vinham com o conector posicionado na parte inferior de uma das saias laterais.

Com a chegada do SN20, o primeiro protótipo da Starship verdadeiramente capaz de ir à órbita, essa conexão foi movida para a parte traseira da nave, na base. Ao mesmo tempo, isso significa que o plano de reabastecer a Starship durante os voos espaciais – atracando-a em estações de combustível – também foi descartado.

A presença do Mechazilla também vai no caminho contrário à simplicidade que sempre permeou a SpaceX: tanto a Starship como o Super Heavy não terão trem de pouso de qualquer espécie – nem mesmo “pernas” rudimentares para estabilizar os objetos (o foguete, porém, terá aletas em formato de grade). Ao invés disso, braços de aço do tamanho de uma casa média – ainda a serem instalados – serão acoplados ao conjunto robótico. Segundo Musk, eles serão capazes de absorver impacto e elevar/baixar suas posições com precisão, teoricamente permitindo que foguetes e espaçonaves que retornem do espaço sejam “pescadas” por eles do ar. Não por menos, os times por trás dessa parte do desenvolvimento chamaram o projeto de “chopsticks”, a palavra em inglês para referir-se aos hashi – os palitos usados para pegar comida na gastronomia japonesa.

O uso de braços ao invés de, digamos, um guindaste ou grua, segundo a SpaceX, se dá pela praticidade: com o Mechazilla, a empresa espera não apenas ser capaz de agarrar foguetes e naves que retornam, mas também manobrá-las, virando-as e ajustando posições independente de fatores externos, como o clima.

Não há uma data específica para vermos o sistema todo em ação – Musk sempre foi elusivo nesse aspecto -, mas desde junho, a SpaceX vem trabalhando em ritmo acelerado para seus projetos. E os planos do teste de voo orbital da Starship antecipam uma execução ainda em 2021, então não deve demorar.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

André Lucena
Ex-editor(a)

Pai de três filhos, André Lucena é o Editor-Chefe do Olhar Digital. Formado em Jornalismo e Pós-Graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte, ele adora jogar futebol nas horas vagas.