O grupo hacktivista Anonymous disponibilizou uma base de dados de 180 GB para ser baixada em torrent. Nela afirmam estar a informação total, como mensagens privadas, e-mails, posts e dados pessoais de usuários de sites e aplicativos hospedados com o provedor Epik.

Entre esses está o Parler, a bola da vez em sites de direita, adotado por Donald Trump e Jair Bolsonaro.

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Epik nega

A Epik se especializou em hospedar e registrar domínios para clientes que operam sites e apps rejeitados por outros provedores de serviços. Porque esses sites e apps são considerados problemáticos, disseminadores de fake news, conteúdo de ódio e às vezes conteúdo simplesmente ilegal. Em seus servidores, estão hospedadas plataformas como, além do já citado Parler, 8Chan, Gab e grupos antiaborto que fazem doxxing. São sites populares com a alt-right mundial.

Os dados vem na forma de bancos de dados em SQL usados pelos sites e aplicativos hospedados com a Epik. O Anonymous afirmou que o conjunto de dados vazado contém “tudo que é necessário para traçar a propriedade e administração do lado fascista da internet, que eludiu pesquisadores, ativistas e, bem, praticamente todo mundo”.

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Ao portal Ars Tecnica, um representante da Epik afirmou: “Não estamos cientes de qualquer invasão. Nós levamos a seguridade dos dados de nossos clientes extremamente a sério, e estamos investigando a alegação”.

Anonymous também vaza sarcasmo

Em resposta, o Anonymous mexeu com a base de dados da própria Epik, deixando uma nota sarcástica na sua página de suporte.

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As partes suprimidas são palavrões e um link para baixar os dados. O título é: “ATUALIZAÇÃO: Eles afirmam que fomos hackeados, Q diz que estão mentindo”.

A uma tradução:

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Em 13 de setembro de 2021, um grupo de moleques que chamam a si mesmos de “Anonymous”, do qual jamais ouvimos falar, afirmou que conseguiram por as mãos em, bem, honestamente, todos nosso dados, e então soltaram em [link suprimido]

Eles afirmam que isso inclui todos os dados dos usuários. Todos. Todos os nomes de usuários, senhas, e-mails, questões de suporte técnico, quebrando todo o serviço de anonimização que temos. Claro que isso não é verdade. Não seríamos tão estúpidos a ponto que permitirmos isso de acontecer.

Não relatamos isso a ninguém ainda e provavelmente não iremos, porque não acreditamos que aconteceu – é pura abobrinha, como covid19 e 5G.

(…) Não vamos desistir da luta por um mundo realmente fascista, só porque uns pivetes dizem que nos hackearam. Não acreditem neles. Q diz que estão mentindo.

(PS Nós totalmente escrevemos isso nós mesmos, isto obviamente não é parte da conta hackeada).

Sites da alt-right são populares também no Brasil

O post injetado pelo Anonymous foi removido, mas pode ser visto (com palavrões e link) nesta versão arquivada.

A piada com Q é uma referência a um “informante” misterioso da teoria da conspiração QAnon, que diz que as figuras progressistas americanas estão envolvidas numa imensa conspiração satânica e pedófila.

Os sites da Epik também são populares com a direita brasileira. Em janeiro, o presidente Jair Bolsonaro, seguindo o exemplo do americano Donald Trump, abriu uma conta no Parler e convocou seus apoiadores a se juntarem a ele.

O site apontado pelo Anonymous no post injetado na Epik foi tirado do ar e links que encontramos em outros locais foram removidos. Mesmo com acesso, são bases de dados que exigem um trabalho técnico complexo. De forma que não há, no tempo desta matéria, como avaliarmos se parecem mesmo ser os dados dos usuários do Parler e outros.

Via Ars Tecnica

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