Uma instituição infantil do Reino Unido, a Sociedade Nacional para a Prevenção da Crueldade com as Crianças (NSPPC), divulgou nesta segunda-feira (25) uma pesquisa que apontou que aplicativos do Facebook, entre elas Instagram e WhatsApp, possuem 5.120 crimes de aliciamento de menores registrados na polícia britânica desde 2017.
Segundo informações do tabloide CNET, 53% de todos os crimes ocorreram principalmente no Facebook, Instagram e WhatsApp, totalizando 24 ocorrências por semana.
A instituição, que acredita que os números sejam “apenas a ponta do iceberg”, já que muitos crimes de abuso infantil não são relatados, pediu em carta junto com outras 60 organizações de proteção à criança que o CEO Mark Zuckerberg divulgue o levantamento interno.

“Em vez de rabiscar blogs defensivos e definir sua máquina de relações públicas para os jornalistas, Nick Clegg e Mark Zuckerberg devem agora publicar todas as suas pesquisas sobre como suas plataformas contribuem para causar danos e abuso sexual e intensificar seus esforços para consertar seus sites para que sejam seguros para crianças”, disse o presidente-executivo da NSPCC, Peter Wanless, em um comunicado.
O Facebook ainda não se pronunciou sobre os dados levantados pela instituição.
Facebook em queda?
O Facebook entrou na mira da Justiça desde que Frances Haugen, ex-funcionária da empresa, vazou documentos internos da rede social para o The Wall Street Journal.
Os dados vazados apontavam que a plataforma prioriza o lucro no lugar da segurança dos usuários, além de prejudicar as crianças, alimentar a divisão e enfraquecer a democracia americana. A delatora revelou ainda resultados de uma pesquisa interna da companhia que constatou que o Instagram é tóxico para adolescentes.
Depois disso, a movimentação contra a rede social cresceu, já que outros funcionários também resolveram se manifestar contra a empresa. Além das diversas multas milionárias quem em recebendo, recentemente, o dono do app, Mark Zuckerberg virou réu em um processo relacionado ao escândalo Cambridge Analytica, de 2018, um dos maiores no mundo da tecnologia.
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Em uma coincidência – ou não – Frances Haugen testemunhou nesta segunda-feira (25) no processo contra o Facebook para provar suas alegações diante de um comitê do parlamento do Reino Unido.
Em um dos trechos do seu depoimento, conforme divulgou o jornal The New York Times, o Facebook afirma que o software de inteligência artificial capta mais de 90% dos discursos de ódio, mas o número era inferior a 5%.
“Eles são muito bons em dançar com dados”, afirmou ela ao comitê.
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