Um novo estudo procurou esclarecer como as infecções por Covid-19 afetam mulheres grávidas e seus filhos após nascerem. O estudo foi comandado por pesquisadores do centro médico e acadêmico do estado de Ohio, nos Estados Unidos, Cleveland Clinic e os resultados foram publicados na Cell Reports Medicine.

“Sabemos que a gravidez aumenta o risco materno de Covid-19”, declarou o Diretor do Centro Global para pesquisas em patógenos e Saúde Humana da Cleveland Clinic, Jae Jung. “Mas relativamente pouco se sabe sobre as consequências de longo prazo da exposição in utero para bebês”, completou o médico.

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Poucos estudos até o momento

Segundo os pesquisadores, essa é uma área que precisa de mais estudos, já que existem evidências de que a ativação imunológica materna está ligada a potenciais distúrbios de desenvolvimento neurológico das crianças. Esses distúrbios podem se manifestar desde a primeira infância, até a idade adulta.

A pesquisa envolveu 93 mães que contraíram Covid-19 e 45 bebês que foram expostos ao vírus. A equipe estudou perfis imunológicos para mais de 1.400 citocinas e outras proteínas inflamatórias de amostras de sangue e do cordão umbilical.

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Os pesquisadores compararam amostras de sangue materno coletadas em um período próximo à detecção inicial do Sars-CoV-2, em diferentes momentos da gravidez e antes do parto. Com base nessas amostras, foi descoberto que a Covid-19 desregula a resposta imune materna.

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Mais inflamações nas mães e mais proteção aos bebês

Bebês que nascem após a mãe contrair Covid-19, tendem a apresentar uma maior quantidade da proteína IFNLR1. Crédito: Shutterstock

Mulheres grávidas com casos graves de Covid-19 apresentaram mais inflamações e níveis mais elevados de uma proteína conhecida como interferon lambda 1 (IFNLR1) e do receptor que se liga a ela. Essa proteína desempenha um papel crítico na proteção contra o Sars-CoV-2.

“Este aumento na sinalização do interferon lambda pode ajudar a explicar por que vemos relativamente pouca transmissão direta de Covid-19 entre a mãe e o bebê”, disse o co-autor do artigo, Suan-Sin Foo. “Mais pesquisas serão necessárias para determinar se o aumento do IFNLR1 bloqueia a transmissão vertical”.

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Próximas pesquisas

Apesar da falta de evidências de transmissão vertical, os pesquisadores descobriram que a infecção altera a imunidade materna no parto e que a exposição gestacional ao vírus altera a imunidade infantil no nascimento. A maior parte dos bebês nasceu saudável, porém, houve uma alta incidência de algumas complicações.

Entre os problemas nas mulheres grávidas com Covid-19, estão condições como a pré-eclâmpsia e restrição do crescimento fetal. Porém, mais pesquisas serão necessárias para entender até que ponto as alterações imunológicas estão relacionadas aos resultados clínicos obtidos durante os testes.

Via: Medical Xpress

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