Dinossauro descoberto no Chile tinha uma estranha cauda cheia de lâminas

Por Flavia Correia, editado por Rafael Rigues 01/12/2021 23h22, atualizada em 02/12/2021 10h01
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Esta ilustração fornecida por Luis Perez Lopez mostra um Stegouros. Os fósseis encontrados no Chile são de espécies bizarras de dinossauros do tamanho de um cachorro que tinham uma arma de cauda única, relataram os cientistas na quarta-feira, 1º de dezembro de 2021. Crédito: Luis Perez Lopez via AP
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Um estudo publicado nesta quarta-feira (1), na revista científica Nature, descreve a descoberta de fósseis encontrados no Chile pertencentes a uma espécie bem diferente de dinossauro. Além de ter o tamanho de um cachorro de grande porte, ele tinha uma cauda muito peculiar, dotada de sete pares de lâminas dispostas lado a lado.

De acordo com o principal autor da pesquisa, Alex Vargas, paleontólogo da Universidade do Chile, o rabo do animal era “uma arma realmente incomum”.

Ilustração fornecida por Mauricio Alvarez mostra um Stegouros, espécie bizarra de dinossauro do tamanho de um cachorro que tinham uma cauda única, usada como arma contra predadores. Imagem: Mauricio Alvarez via AP

“Livros sobre animais pré-históricos para crianças precisam ser atualizados e colocar esse rabo estranho lá. Parece loucura!”, brincou o paleontólogo.

Segundo Vargas, o herbívoro tinha uma combinação de características de diferentes espécies que inicialmente enviaram os paleontólogos para o caminho errado. A extremidade traseira, incluindo sua cauda exótica, parecia a de um estegossauro, o que levou os pesquisadores a batizá-lo de Stegouros Elengassen.

No entanto, depois que Vargas e sua equipe examinaram os pedaços do crânio e fizeram cinco análises diferentes de DNA, eles concluíram que ele era apenas remotamente relacionado ao estegossauro. Apesar disso, o nome “Stegouro” acabou ‘pegando’, segundo Vargas.

No entanto, na verdade, ele era um raro membro do hemisfério sul da família dos dinossauros anquilossauros, semelhantes a tanques. Vargas se refere ao animal como “o ramo perdido da família do anquilossauro”.

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Com cerca de 72 milhões a 75 milhões de anos, o fóssil parece ser de um adulto com base na forma como os ossos são fundidos.” Ele foi encontrado com a frente achatada sobre a barriga e a traseira inclinada para um nível mais baixo, quase como se tivesse sido pego em areia movediça”, disse Vargas.

A cauda, provavelmente, servia para defesa contra grandes predadores, que também eram repelidos por ossos semelhantes a uma armadura que se projetavam para fora do corpo do bicho.

De acordo com Kristi Curry Rogers, bióloga do Macalester College, instituição que fica no estado norte-americano de Minnesota, o que chama atenção não é somente a “cauda bizarra”, mas, principalmente, o local onde o fóssil foi encontrado.

“O extremo sul do Chile é uma região que não produziu esses tipos de animais antes”, afirmou Rogers, que não fez parte do estudo. “Estamos apenas arranhando a superfície quando se trata de uma compreensão abrangente da diversidade dos dinossauros”, disse a bióloga ao site Phys.

“Essa descoberta nos alerta que, se olharmos nos lugares certos, na hora certa, há muito mais ainda para descobrir”, declarou Rogers.

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Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.

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Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital