Ciência e Espaço

Satélites militares dos EUA são lançados com sucesso após problema de vazamento de combustível

Um par de satélites militares da Força Espacial dos EUA (USSF), que estava programado para decolar no último domingo (5) a bordo de um foguete Atlas V da United Launch Alliance (ULA), teve seu lançamento adiado para esta terça-feira (7). Segundo informações compartilhadas pela ULA no Twitter, os satélites foram implantados na órbita da Terra com sucesso.

De acordo com o site SpaceFlightNow, o combustível RP-1 usado como propelente do primeiro estágio do foguete Atlas V é à base de querosene altamente refinado. No domingo, a equipe identificou um vazamento no sistema de armazenamento de combustível no solo e precisou abortar provisoriamente a missão para inspecionar o problema.

Ao optar pelo adiamento, a equipe pode ter evitado uma catástrofe, já que não se tratava de um lançamento simples.

“STP-3 é uma missão única, pois o Atlas V 551 entregará o STP-3 diretamente na Órbita Equatorial Geossíncrona (GEO). Esta é uma inserção orbital altamente complexa ”, disse o vice-presidente de Programas Comerciais e Governamentais da ULA, Gary Wentz, em comunicado enviado à imprensa depois do adiamento do voo. 

Com o voo desta terça-feira, a ULA já realizou 147 lançamentos consecutivos desde 2006, todos bem-sucedidos, sendo este o 90º lançamento de um foguete Atlas V. Esse voo marcou a 53ª missão do Atlas V para a USSF, o que significa que quase 60% dos lançamentos desse foguete foram para a Força Espacial norte-americana.

O foguete Atlas V 551 no Complexo de Lançamento Espacial-41 da estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida. Imagem: United Launch Alliance

Missão mais longa da história do Atlas V

Segundo publicações da ULA feitas no Twitter nesta terça-feira, o foguete Atlas V 551, que incluiu uma carenagem de carga útil de 5,4 metros, partiu do Complexo de Lançamento Espacial-41 da estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida, às 5h19 pelo horário local (7h19, pelo horário de Brasília). 

O veículo se manteve em uma rotação lenta para assegurar que o aquecimento solar fosse uniformemente distribuído em todas as suas superfícies. 

Com 6 horas, 30 minutos e 29 segundos de voo, o Space Test Program Satellite-6 (STPSat-6) foi colocado com sucesso em órbita pelo estágio superior Centauro do foguete. Às 12h29 EST (14h29, pelo horário de Brasília), 40 minutos depois, foi a vez do Adaptador de Carga Secundária (ESPA)-1, ou LDPE-1, começar a ser implantado.

“LDPE-1, uma plataforma inovadora que voou para o espaço posicionado entre o estágio superior do Centauro e a carga útil do STPSat-6, transporta cargas úteis experimentais destinadas a esforços rápidos de redução de risco para informar futuros programas”, informou a ULA durante a transmissão ao vivo.

De acordo com a ULA, os sistemas permaneceram estáveis ​​durante o período entre as separações dos satélites. A implantação do LDPE-1 levou cerca de 10 minutos para completar a “maratona” dessa que foi a missão mais longa da história do Atlas V. De acordo com a SpaceNews, o LDPE ajudará a pavimentar o caminho para futuras missões em órbita e está equipado com seu próprio sistema de propulsão, o Veículo Propulsor de Longa Duração Evolutivo de Lançamento Expansível (EELV).

Lançamento de satélites para a Força Espacial dos EUA. Imagem: United Launch Alliance

“Chamamos o LDPE de nosso ‘trem de carga para o espaço’”, disse a coronel Heather Bogstie, líder sênior de materiais da divisão de desenvolvimento rápido do Centro de Sistemas Espaciais da USSF, durante a Small Satellite Conference no início deste ano. “Esperamos lançá-los uma vez por ano, se o financiamento permitir, e colocar os recursos em órbita rapidamente”.

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Essa missão estreou várias capacidades únicas, como o primeiro Out of Autoclave (OOA) Payload Fairing, um sistema de energia In-Flight e a navegação aprimorada por GPS. Segundo a ULA, a fabricação de OOA permite um processo de produção mais eficiente, menor custo e menor massa do sistema, mantendo o mesmo nível de confiabilidade e qualidade. 

Em relação ao sistema de energia In-Flight, a ULA diz que ele garante que o STPSat-6 e o sistema EELV+LDPE-1 tenham baterias totalmente carregadas quando implantados na órbita geossíncrona. 

Por fim, a navegação avançada por GPS fornece maior precisão na inserção de naves espaciais, “um acréscimo fundamental a essa missão de longa duração”. 

O voo foi patrocinado pelo Programa de Teste Espacial dos militares, que supervisiona algumas das missões espaciais do Departamento de Defesa. Embora não tenham sido divulgados detalhes sobre os satélites, sabe-se que comunicações, consciência do domínio espacial e monitoramento do clima espacial estão entre seus objetivos principais.

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Esta post foi modificado pela última vez em 7 de dezembro de 2021 15:45

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