A Nasa anunciou neste domingo (26) que o Gimballed Antena Assembly (GAA), um dos principais conjuntos de antenas de comunicação do Telescópio Espacial James Webb (JWST), foi ativado com sucesso. Ele inclui uma parabólica de banda larga que será responsável por enviar, duas vezes ao dia, nada menos do que 28,6 GB de dados científicos para as equipes na Terra.

Segundo a agência, sensores de temperatura e de esforço espalhados pelo telescópio também foram ativados com sucesso. Com isso, seus dados agora estão disponíveis aos engenheiros que monitoram o sistema térmico e estrutural da espaçonave.

Correção de rota do JWST também foi executada com sucesso

Um dia antes, no sábado (25), uma manobra de correção de rota chamada Mid-Course Correction Burn 1a (MCC-1a) foi executada com sucesso. Com duração de 56 minutos, ela foi iniciada às 9h50 (horário de Brasília) e foi usada para colocar o JWST em uma trajetória rumo ao Ponto de Lagrange L2 no sistema Terra/Sol, seu destino final.

A manobra foi necessária pois o foguete Ariane 5 que levou o telescópio ao espaço em seu lançamento lhe deu um impulso menor do que o necessário. Isso foi proposital: se Webb recebesse impulso demais, ele não poderia se virar para se mover de volta para a Terra porque isso exporia diretamente a ótica e a estrutura do telescópio ao Sol, superaquecendo-os e abortando a missão científica antes mesmo dela começar.

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Trocando em miúdos: o telescópio, que precisa funcionar a temperaturas próximas do zero absoluto, seria “cozido”. Para evitar isso, a Nasa aumenta a aceleração gradativamente, em três estágios. Mantendo a analogia culinária, é como um cozinheiro que só acerta o sal da receita pouco antes de servir o prato. Afinal, é mais fácil adicionar sal do que removê-lo.

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Duas outras manobras de correção estão programadas antes que o JWST chegue ao seu destino. A próxima é a Mid-Course Correction Burn 1b (MCC-1b) e deve ser realizada nesta segunda-feira (27). Segundo a Nasa, ela tem curta duração e será executada antes da implantação do escudo que protege o James Webb da radiação solar. A última manobra, MCC-2, será realizada 29 dias após o lançamento, e colocará o telescópio em um órbita ideal ao redor do Ponto de Lagrange L2.

O Telescópio Espacial James Webb é a missão mais cara na história da Nasa, com custo estimado em quase US$ 10 bilhões. Entre seus objetivos estão a observação da formação das primeiras galáxias, 13,5 bilhões de anos atrás, e a determinação da composição da atmosfera de exoplanetas, nome dado a planetas fora de nosso sistema solar.

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