Após sexta coleta em Marte, rover Perseverance enfrenta problema

Por Flavia Correia, editado por Rafael Rigues 10/01/2022 21h13, atualizada em 11/01/2022 10h27
O robô Perseverance, que tirou duas selfies em Marte, para comemorar a retirada de amostras de núcleos rochosos
Imagem: Nasa/Divulgação
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2022 parece não ter começado muito bem para o rover Perseverance, que vem trabalhando na exploração de Marte desde fevereiro do ano passado. Segundo a Nasa, depois de conseguir sua sexta coleta de rochas marcianas no fim de dezembro, o robô está com um problema: pequenos grãos de areia e pedregulhos estão obstruindo seu sistema de coleta de amostras.

Felizmente, de acordo com a agência espacial norte-americana, o robô deu seu jeito. “O rover fez o que foi projetado para fazer – parando o procedimento do frasco e chamando para a equipe em Terra para obter instruções”, revelou Louise Jandura, engenheira-chefe de amostragens no Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, em um comunicado da agência.

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Segundo Jandura, os sensores começaram a registrar resistência muito antes do esperado devido aos detritos adicionais. “Os projetistas do carrossel bit consideraram a capacidade de continuar operando com sucesso com detritos”, escreveu. “No entanto, esta é a primeira vez que estamos fazendo uma remoção de detritos e queremos tomar o tempo necessário para garantir que essas pedras saiam de forma controlada e ordenada”.

Sistema de coleta de amostras do rover Perseverance foi obstruído. Imagem: Merlin74 – Shutterstock

O carrossel bit é um mecanismo no fundo do sistema de coleta de amostras do rover, que ajuda a armazenar as várias amostras colhidas. Agora, os engenheiros têm a difícil tarefa de desentupir o sistema de coleta. E isso se torna ainda mais difícil com a latência mais longa do que o habitual causada por “sóis restritos”, ou seja, dias em que Marte e a Terra ficam fora de sincronia e que dificultam as transferências de dados.

No entanto, a equipe do JPL está confiante de que o rover “perseverará” – com o perdão do trocadilho – e sobreviverá à indigestão. “Esta não é a primeira areia que Marte joga em nós – apenas a mais recente”, disse Jandura. “Uma coisa que descobrimos é que quando o desafio de engenharia está a centenas de milhões de quilômetros de distância (Marte está atualmente a 215 milhões de km da Terra), vale a pena tomar seu tempo e ser minucioso”.

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Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.

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Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital