Coreia do Norte testa míssil com capacidade de atingir os EUA

Por Flavia Correia, editado por Rafael Rigues 31/01/2022 16h14, atualizada em 01/02/2022 11h25
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Imagem: GAS-photo - Shutterstock
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Nesta segunda-feira (31), a Coreia do Norte declarou que testou um míssil balístico de alcance intermediário com capacidade nuclear e que pode atingir Guam, um território dos EUA no Oceano Pacífico. Segundo a agência de notícias oficial do país, a KNCA, uma câmera acoplada ao míssil captou imagens do espaço.

Fotos tiradas no domingo (30) e divulgadas pela Agência Central de Notícias da Coreia do Norte (KCNA) nesta segunda-feira (31) mostram o que a Coreia do Norte diz ser o teste do míssel Hwasong 12 em um local não revelado. As duas últimas são fotos da Terra feitas por uma câmera acoplada ao projétil. Imagem: KCNA

Ainda de acordo com a KNCA, o lançamento, que aconteceu no domingo (30), é o sétimo já realizado pela Coreia do Norte só em 2022 e o mais significativo desde 2017. O objetivo do teste, segundo autoridades, era verificar a precisão geral do míssil, chamado Hwasong-12. 

No teste, o míssil foi lançado em direção às águas da costa leste do país, em um ângulo alto, para evitar que ele sobrevoasse outros países. Segundo avaliações sul-coreanas e japonesas, o Hwasong-12 voou cerca de 800 km e alcançou uma altitude máxima de 2 mil km antes de pousar entre a península coreana e o Japão.

A arma terra-terra com capacidade nuclear tem um alcance máximo de 4,5 mil km, uma distância suficiente para atingir Guam, que é sede de bases militares americanas que tiveram importante papel na Segunda Guerra Mundial.

EUA demonstram preocupação com possível ameaça da Coreia do Norte

Tudo isso gera preocupação nos EUA quanto a possíveis provocações maiores, como testes de mísseis nucleares e de longo alcance que poderiam representar uma ameaça direta ao território continental norte-americano.

De acordo com a CNN, os EUA prometeram uma resposta não especificada “destinada a mostrar nosso compromisso com nossos aliados” – nas palavras que uma autoridade norte-americana não revelada deu à publicação.

“Não é apenas o que eles fizeram ontem, é o fato de que isso está ocorrendo após um número bastante significativo de testes neste mês”, declarou a fonte, fazendo um apelo para o governo participar de negociações diretas sem pré-condições.

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Embora se diga aberta à diplomacia, a Coreia do Norte diz que as propostas de Washington são prejudicadas por seu apoio a sanções e exercícios militares conjuntos e pelo acúmulo de armas na Coreia do Sul e na região.

Analistas especializados na Coreia do Norte acreditam que os testes parecem ter o objetivo de garantir a aceitação global de seus programas de armas, seja por meio de concessões ou simplesmente conquistando a anuência de um “mundo distraído”.

“A distração do mundo em outras questões realmente parece estar funcionando em benefício da Coreia do Norte agora”, afirmou Markus Garlauskas, membro sênior do Atlantic Council e ex-autoridade de inteligência nacional dos EUA para a Coreia do Norte.

Câmera acoplada ao míssil reafirma alta capacidade tecnológica do país

Em relação às fotos feitas pela câmera acoplada ao míssil, segundo o G1, o governo divulgou dois conjuntos de imagens: uma mostrando o Hwasong-12 subindo de um lançador e voando para o espaço e a outra mostrando a península da Coreia e áreas próximas.

Lee Choon Geun, especialista em mísseis e pesquisador do Instituto de Política de Ciência e Tecnologia da Coreia do Sul, acredita que as fotos foram tiradas provavelmente quando o míssil estava chegando ao ponto máximo da sua trajetória. Geun acredita que, com a câmera instalada no míssil, o governo norte coreano provavelmente queria demonstrar sua avançada capacidade tecnológica.

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Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.

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Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital