Após a chegada do Telescópio Espacial James Webb (JWST) ao seu destino orbital, o ponto de Lagrange L2 no sistema Terra-Sol, que fica a cerca de 1,5 milhão de quilômetros de distância do nosso planeta, todos devem estar ansiosos para saber o que mais precisa acontecer para que tenha início a captação de ciência. Ou seja: o que o JWST está esperando para “começar a trabalhar”?
Agora que o observatório já está devidamente acomodado onde será sua morada pelos próximos anos, a equipe de operações da missão começou a traçar os próximos passos em seu caminho: ligar todos os instrumentos científicos, desligar os aquecedores para iniciar um longo processo de resfriamento e, finalmente, capturar os primeiros fótons na câmera primária de Webb para permitir um alinhamento de meses do telescópio.
Descubra os próximos passos do telescópio James Webb
Embora o Mid-InfraRed Instrument (MIRI) e alguns componentes do instrumento tenham sido ligados nas semanas após o lançamento do telescópio, no Natal passado, a equipe ainda não terminou de ligar os três instrumentos restantes – NIRCam, NIRSpec e FGS/NIRISS.
Depois de concluída essa etapa, o próximo grande passo da equipe de operações da missão é desligar os aquecedores de instrumentos. “Os aquecedores foram necessários para manter a óptica crítica aquecida para evitar o risco de condensação de água e gelo. À medida que os instrumentos atendem aos critérios pré-definidos para temperaturas gerais, a equipe está desligando esses aquecedores para permitir que os instrumentos reiniciem o processo de resfriamento de meses até que atinjam suas temperaturas finais”, diz a equipe JWST, em comunicado.
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Quando a NIRCam atingir 120 kelvins (aproximadamente 153 graus Celsius negativos), a equipe óptica de Webb estará pronta para começar a mover meticulosamente os 18 segmentos principais do espelho para formar uma única superfície reflexiva.
Segundo a Nasa, a equipe selecionou a estrela HD 84406 como alvo para iniciar o processo. Será o primeiro objeto que a NIRCam “verá” quando a luz atingir os detectores ligados ao instrumento. Espera-se que o processo crie essencialmente uma imagem de 18 pontos de luz aleatórios e embaçados.
Durante as primeiras semanas de alinhamento do espelho, a equipe manterá o instrumento apontado para a estrela enquanto eles fazem ajustes microscópicos; ao fim do processo, essa coleção de 18 pontos embaçados se tornará uma imagem focada de uma única estrela.
O resfriamento do telescópio e dos instrumentos também continuará ao longo do próximo mês, com os instrumentos semi-infravermelhos finalmente atingindo 37-39 kelvins. O criocooler esfriará MIRI para 6 kelvins nos meses seguintes, para, somente então, o telescópio do futuro possa captar a ciência do passado.
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