Um estudo publicado no Journal of Geophysical Research: Space Physics revela um complexo ‘cabo de guerra’ formando luminosas auroras na atmosfera superior de Júpiter. Como base para a pesquisa foi usada uma combinação de dados da sonda Juno, da Nasa, e do Telescópio Espacial Hubble.

Ilustração do mecanismo por trás do “cabo de guerra” de Júpiter – o delicado ciclo atual é impulsionado pela rápida rotação de Júpiter e pela liberação de enxofre e oxigênio de vulcões de Io, uma de suas luas. Crédito: Emma Bunce/Stanley Cowley/Jonathan Nichols/Universidade de Leicester.

O artigo científico descreve o delicado ciclo atual de Júpiter impulsionado pela rápida rotação do planeta e a liberação de enxofre e oxigênio de vulcões em Io, uma de suas luas.

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Pesquisadores da Escola de Física e Astronomia da Universidade de Leicester, no Reino Unido, usaram dados da Investigação de Campo Magnético (MAG) de Juno, que mede o campo magnético do planeta a partir da órbita ao seu redor, e observações do Espectrógrafo de Imagem do Hubble.

A pesquisa fornece uma fortíssima evidência de que as poderosas auroras de Júpiter estão associadas a um sistema de corrente elétrica que compete com a magnetosfera, a região dominada pelo enorme campo magnético do planeta.

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Júpiter gira em torno de si muito mais rápido do que a Terra

“Temos teorias ligando essas correntes elétricas e as poderosas auroras de Júpiter há mais de duas décadas, e foi tão emocionante poder finalmente testá-las procurando essa relação nos dados. E quando comparamos um contra o outro, quase caí da cadeira quando vi o quão clara é a conexão”, disse Jonathan Nichols, autor correspondente do estudo.

“É emocionante descobrir essa relação porque não só nos ajuda a entender como o campo magnético de Júpiter funciona, mas também os de planetas que orbitam outras estrelas, para as quais já usamos as mesmas teorias, e agora com confiança renovada”.

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Apesar de seu tamanho enorme — com um diâmetro mais de 11 vezes o da Terra — Júpiter dá uma volta completa ao redor de si mesmo aproximadamente a cada nove horas e meia. Io tem tamanho e massa semelhantes à lua da Terra, mas orbita Júpiter a uma distância média de 422 mil km, que é cerca de 10% mais longe do que nosso satélite natural em relação a nós. Com mais de 400 vulcões ativos, Io é o objeto mais geologicamente ativo do Sistema Solar.

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“Esses resultados emocionantes sobre como acontecem as auroras de Júpiter é uma prova do poder de combinar observações baseadas na Terra, do Hubble e medições de Juno. As imagens do telescópio espacial fornecem a visão geral ampla, enquanto Juno investiga de perto”, disse cott Bolton, do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa e principal investigador da missão Juno. “Juntos eles formam uma grande equipe!”.

Grande parte do material liberado de Io é impulsionado para longe de Júpiter pelo campo magnético em rápida rotação do planeta, e à medida que se move para fora sua taxa de rotação tende a desacelerar.

Os pesquisadores compararam o brilho da principal emissão auroral de Júpiter com medições simultâneas da corrente elétrica que flui na magnetosfera para longe do maior planeta do Sistema Solar durante uma parte inicial da missão de Juno.

Stan Cowley é professor emérito de Física Solar-Planetária na Universidade de Leicester e um dos coautores do estudo, e analisou a poderosa aurora de Júpiter por 25 anos. “Tendo mais de cinco anos de dados em órbita da espaçonave Juno, juntamente com dados de imagens aurorais do Hubble, agora temos o material em mãos para olhar em detalhes sobre a física geral do ambiente de plasma externo de Júpiter, e mais deve vir da missão estendida de Juno, agora em andamento. Esperamos que nosso presente trabalho seja seguido por muitos mais explorando este tesouro para uma nova compreensão científica”.

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