Imagem: Vadim Sadovski - Shutterstock
Ele está quase pronto para revolucionar a ciência espacial! Recentemente, fótons de estrelas distantes foram detectados pelo instrumento Near Infrared Camera (NIRCam) do Telescópio Espacial James Webb (JWST), segundo informações da Nasa. A agência espacial norte-americana ressaltou que esse foi um grande marco, que estabelece as bases para o alinhamento do observatório.
“Esse marco é o primeiro de muitos passos para capturar imagens que estão inicialmente desfocadas e usá-las para ajustar lentamente o telescópio”, revelou a agência em um comunicado emitido na quarta-feira (3). “Este é o início do processo, mas até agora os resultados iniciais correspondem às expectativas e simulações”.
O espelho primário de 6,5 metros de largura do telescópio é composto por 18 segmentos hexagonais, que foram lançados em uma configuração “dobrada” e desdobrados após o telescópio chegar ao espaço. O processo de alinhamento fará com que todos esses segmentos trabalhem como uma única superfície de coleta de luz, o que não é pouca coisa.
“Para trabalharem juntos, como um único espelho, os 18 segmentos de espelhos primários do telescópio precisam se comparar a uma fração de um comprimento de onda de luz — aproximadamente 50 nanômetros”, explicou o comunicado da agência. “Para colocar isso em perspectiva, se o espelho primário do Webb fosse do tamanho dos EUA, cada segmento seria do tamanho do Texas, e a equipe precisaria alinhar a altura desses segmentos do tamanho do Texas uns com os outros para uma precisão de cerca de 3,8 centímetros”.
Em termos comparativos mais próximos a nós, se o JWST fosse do tamanho do Brasil, cada segmento hexagonal seria um pouco maior do que o estado de Minas Gerais.
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Há sete fases no processo de alinhamento, que serão fundamentais para as capturas de imagens da estrela HD 84406, escolhida como primeiro alvo do JWST pela Nasa. A equipe da missão tirará fotos da estrela com cada um dos 18 segmentos do espelho, depois usará essa informação para deslocar os segmentos para suas posições corretas.
A Nasa vê o JWST como o sucessor de seu icônico Telescópio Espacial Hubble, que circula a Terra desde abril de 1990. Isso não significa que Webb seja um “substituto” do idoso observatório. Enquanto o Hubble vê o cosmos principalmente em luz visível e ultravioleta, o novo telescópio espacial se concentrará no infravermelho — comprimentos de onda que sentimos como calor. A “sucessão” está mais na questão de que será nele que a agência focará seus maiores esforços e atenção daqui para frente.
Segundo a Nasa, o alinhamento não é o passo final na jornada do JWST para o status operacional; a equipe da missão também precisará colocar em funcionamento os quatro instrumentos científicos do telescópio. Espera-se que esse trabalho esteja concluído no final de junho ou início de julho, momento em que o observatório orbital iniciará sua tão esperada missão científica, por meio da qual ele irá estudar as primeiras estrelas e galáxias do universo, examinará as atmosferas de exoplanetas próximos, além de uma variedade de outras pesquisas de alto impacto.
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Esta post foi modificado pela última vez em 4 de fevereiro de 2022 16:13