Pela primeira vez em seus 18 anos de história, o Facebook viu uma queda em seu número de usuários ativos diários. Além de um motivo de preocupação para Mark Zuckerberg e uma verdadeira hecatombe nas ações da Meta, isso é um forte indicativo sobre os novos hábitos de consumo de internet.
Enquanto o Facebook tem uma queda em indicadores de “hard users”, o TikTok, que é a rede social em ascensão no momento, alcançou a marca de 1 bilhão de usuários ativos mensais. Nesse aspecto, a rede de Zuckerberg continua bem, com 2,91 bilhões de usuários, mas com tendência de estabilidade.
Desvalorização da empresa
Porém, a queda no número de usuários diários é só mais uma das muitas dores de cabeça que Mark Zuckerberg está tendo com suas empresas. Essa notícia fez com que as ações da empresa caíssem 26%, o que diminuiu o valor de mercado da companhia em US$ 250 bilhões (R$ 1,3 trilhão).
Esta foi a maior queda diária no valor de mercado não só de Facebook, mas de qualquer empresa estadunidense na história do mercado de capitais. Isso acabou puxando as ações de outras plataformas, como Twitter, Snap e Pinterest, para baixo.
Por conta disso, o índice Nasdaq, bolsa com as maiores empresas de tecnologia do mundo, recuou 3,7% na última quinta-feira (3). Enquanto o Standard & Poor’s 500, que lista os 500 ativos mais bem cotados nas bolsas de Nova York, teve uma queda de 2,4%, uma das maiores do ano de 2022.
Por que está caindo?
De acordo com Zuckerberg, a queda no número de usuários ativos diários do Facebook se deve principalmente à saída do público mais jovem da plataforma. Segundo o executivo, muitos jovens deixaram a rede social e migraram para rivais, principalmente o TikTok.
Isso é um indicativo de que o consumo de conteúdo está mudando, principalmente em relação a vídeos. Hoje, a tendência entre os jovens é o consumo de vídeos de curta duração. Boa parte desses vídeos, inclusive, é postado originalmente no TikTok ou no Kwai e depois repercutem em outras redes sociais.
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De olho nisso, a própria Meta tem investido pesado em recursos que facilitem esse tipo de consumo de conteúdo, como a ferramenta Reels, do Instagram. O Google também criou uma plataforma para vídeos neste formato dentro do YouTube, o Shorts.
Essa mudança no consumo de conteúdo tem dificultado bastante o trabalho de venda de mídia, assim como a segmentação e medição dos resultados de publicidade nas redes da Meta. Segundo o diretor financeiro da empresa, Dave Wehner, isso pode causar uma pancada de mais de US$ 10 bilhões.
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