Apesar de extremamente fofos, hamsters de estimação podem transmitir a Covid-19 para humanos e, além disso, os animaizinhos podem ser a fonte de um surto de casos da variante delta em Hong Kong. Segundo uma nova pesquisa, uma pet shop foi a fonte de um surto que infectou 50 pessoas.

Por conta das infecções, pelo menos 2.200 hamsters foram abatidos. Contudo, segundo os virologistas, apesar de animais de estimação serem uma possível fonte de propagação do vírus da Covid-19, os hamsters não apresentam uma ameaça para seus donos e não devem ser prejudicados.

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Animais pegam Covid-19

Já se sabia anteriormente que cães e gatos pegavam Covid-19 de humanos, mas não eram agentes transmissores da doença. Imagem: Susan Schmitz – Shutterstock

Animais domésticos, como cães e gatos, já se mostraram suscetíveis à infecção pela Covid-19, pegando o vírus de humanos. No entanto, até o momento, apenas um deles, o vison, havia se mostrado capaz de transmitir o vírus na direção oposta, ou seja, passar a doença para humanos.

Porém, após um funcionário da pet shop Little Boss, em Hong Kong, testar positivo para a Covid-19, passou-se a desconfiar que os hamsters também podiam ser vetores da doença. Além dele, uma mulher que visitou a loja também foi infectada, ambos pela variante delta.

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Como uma resposta, as autoridades de saúde pública de Hong Kong coletaram centenas de roedores na loja e no criadouro que a abastecia. O vírus foi detectado em 15 dos 28 hamsters analisados, assim como em camundongos, coelhos e chinchilas, mas todos estavam assintomáticos.

Hamsters vieram da Holanda

Após o sequenciamento genético, foi constatado que todos os hamsters estavam com a variante delta da Covid-19. Isso chamou atenção dos pesquisadores, já que a cepa não era identificada na cidade havia mais de três meses. Os hamsters em questão haviam sido importados da Holanda em dezembro e janeiro.

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Ao mesmo tempo, os pesquisadores notaram que os vírus do funcionário da pet shop eram de linhagens muito semelhantes aos que foram encontrados nos hamsters. Porém, segundo eles, era improvável que eles tivessem transmitido a infecção entre si.

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“Os resultados genéticos e epidemiológicos sugerem fortemente que houve dois eventos independentes de transmissão de hamster para humano e que esses eventos podem levar à transmissão humana”, disse o virologista da Universidade de Hong Kong, Leo Poon.

Segundo Poon, o comércio global de animais de estimação pode ser uma fonte para a disseminação da Covid-19 no mundo e deve ser alvo de atenção. Porém, o pesquisador pondera que o risco de ser infectado por um animal de estimação é infinitamente menor do que o de pegar o vírus de outra pessoa.

Via: The Guardian

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