Rússia ataca mais uma usina nuclear na Ucrânia

Flavia Correia07/03/2022 11h24, atualizada em 07/03/2022 11h28
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Imagem: The Independent
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Dois dias depois de atacar Zaporizhzhia, a maior central nuclear da Europa, a Rússia teria disparado novos mísseis em direção a outro local na Ucrânia que contém um reator nuclear. As informações foram divulgadas na manhã de domingo (6) pelo jornal britânico The Independent.

Prédio residencial destruído por bombardeios russos em Kiev, na Ucrânia. Guerra entra em 12º dia sem acordo sobre cessar-fogo, e usinas nucleares são atacadas. Imagem: Drop of Light – Shutterstock

Segundo a publicação, o alvo da vez foi o Instituto Kharkiv de Física e Tecnologia, que abriga o Neutron Source, uma instalação de pesquisa que contém 37 células de combustível nuclear carregadas. 

Especialistas garantem que, embora seja relativamente pequeno, esse reator nuclear do instituto – que recebe financiamento dos EUA no valor de US$70 milhões – pode causar danos extremamente perigosos, dado o impacto que qualquer exposição a radiação pode provocar.

Emine Dzheppar, secretária de Estado das Relações Exteriores da Ucrânia, disse que “a destruição das instalações nucleares e de armazenamento de materiais nucleares pode levar a uma catástrofe ambiental em larga escala”.

Ucrânia ganha apoio internacional para denunciar a Rússia no Tribunal de Haia

No Twitter, o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy revelou uma conversa com o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, em que confirma o apoio britânico à Ucrânia.

“Condenamos o terrorismo nuclear e crimes de guerra da Rússia. Discutimos o fortalecimento das sanções contra a Rússia e concordamos com os próximos passos conjuntos”, disse Zelenskyy.

“Continuaremos fazendo tudo o que pudermos para apoiar você e seu povo diante dessa invasão bárbara”, respondeu Johnson. “A comunidade internacional tem a responsabilidade de garantir que o empreendimento sanguinário de Putin termine em fracasso total”.

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Vladimir Putin, presidente da Rússia, havia assegurado a Emmanuel Macron, presidente da França, que não tem intenção de atacar instalações nucleares na Ucrânia, e concordou em garantir sua segurança e trabalhar sob os parâmetros técnicos da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Autoridades abriram uma investigação sobre o crime de ecocídio e apresentarão queixa ao Tribunal Internacional de Justiça (ICJ) e ao Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, nos termos do artigo 441 do Código Penal ucraniano.

Dos 123 países com jurisdição no Tribunal de Haia, 39 assinaram o pedido de abertura de investigações contra a Rússia – o Brasil não está entre os signatários, de acordo com reportagem do G1.

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Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.