Nesta terça-feira (8) é celebrado o Dia Internacional da Mulher. Dados de um levantamento realizado pelo projeto YouthSpark ainda chamam a atenção para a desigualdade no setor de TI: apenas 18% dos graduados em ciência da computação no Brasil são mulheres e somente 25% delas são contratadas para trabalhar na área.

Um achado que infelizmente ainda reflete questões históricas e culturais, na qual as mulheres são apontadas pelo estigma da “falta de atributos” para atuar na área de tecnologia da informação.

O que não faz sentido algum, já que o nicho era dominado por elas no passado. Na década de 1970, por exemplo, as turmas de bacharelado em ciência da computação no país contavam com até 70% de alunas. A primeira pessoa que programou no mundo também foi uma mulher, a britânica Ada Lovelace.

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A pessoa que escreveu o primeiro algoritmo processado por uma máquina no mundo foi a britânica Ada Lovelace. Imagem: oatawa/Shutterstock

Apesar de a área ainda ser masculinizada, outro estudo mostra uma evolução positiva na ocupação de cargos por mulheres. Segundo o Instituto Ethos, atualmente, 51% da força de trabalho de TI é feminina. Em cargos de liderança, o seu percentual de ocupação já é bem menor, de 38%.

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Faltam profissionais no mercado de tecnologia

Outro dado que vale ser destacado é a falta generalizada de profissionais na área de TI, que pode chegar a 408 mil vagas em aberto ainda este ano, indica uma pesquisa feita pela Softex.

Ou seja, existem muitas oportunidades para qualquer profissional, independente do gênero. É o que explica Viviane Tavares, formada em Ciência da Computação e gestora na SysMap Solutions, uma empresa brasileira que desenvolve soluções de software e oferece serviços de TI.

“Nós acreditamos que as mulheres têm muita capacidade técnica e intelectual: temos excelentes programadoras e gestoras trabalhando com a gente e se destacando. As garotas, além de terem as mesmas qualidades técnicas que qualquer homem, ainda acabam ajudando seus times através de vários soft skills, como boa comunicação, facilidade em lidar com pessoas, visão ampla e sistêmica para entender de fato o problema, criatividade, organização, planejamento, atenção aos detalhes e disciplina, características essas que são imprescindíveis para executar um excelente trabalho e liderar um time.”

“As empresas têm um grande papel quando falamos de aumentar a representatividade feminina na tecnologia e faz parte da nossa missão ajudar a eliminar o estigma de que a área é somente para homens que gostam de números. Na TI temos espaço para todos, homens e mulheres, e, assim como em outras áreas profissionais, só precisamos de pessoas comprometidas e interessadas em fazer a diferença, no mercado e no mundo”, acrescenta Viviane.  

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Além disso, a pandemia conseguiu quebrar a barreira do trabalho remoto. O setor de TI, inclusive, é o que tem a melhor taxa de adoção dessa modalidade, sendo um grande diferencial para atrair mulheres, em especial aquelas que precisam equilibrar o tempo entre casa, maternidade e trabalho.

Alguns exemplos de carreiras que estão em alta são:

  • Infraestrutura de TI: primordial para que uma empresa esteja em pleno funcionamento. Engloba desde o planejamento de hardware e software, suporte técnico, manutenção de redes e servidores, até garantir a segurança dos dados, evitando invasões e ataques cibernéticos.
  • Desenvolvimento de Software: com a aceleração para o meio digital, essa área oferece inúmeras possibilidades, como a criação de softwares, desenvolvimento web e apps mobile, até a automação de testes, entre outras.
  • Dados: com o avanço da internet das coisas e o mundo cada vez mais conectado, a área de dados tem grande destaque hoje no mercado e engloba atividades como modelagem de bancos de dados, análise, tratamento e integração de dados, além da criação de algoritmos de inteligência artificial e modelos de machine learning.

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