Nesta quinta-feira (10), a prefeitura de Mariupol, no sul da Ucrânia, emitiu um comunicado informando que os ataques russos ao prédio de um hospital infantil local deixaram três mortos, incluindo uma criança, e 17 feridos. No Twitter, o presidente Volodymyr Zelenskyy compartilhou um vídeo da destruição do local.
“Mariupol. Ataque direto de tropas russas na maternidade. Pessoas, crianças estão sob os destroços. Atrocidade! Por quanto tempo mais o mundo será cúmplice ignorando o terror? Feche o céu agora! Parem as mortes! Você tem poder, mas parece estar perdendo a humanidade”, escreveu Zelenskyy na quarta-feira (9).
Imagens de satélite mostram outros estragos causados pelos bombardeios na cidade portuária, que está sitiada por militares russos há uma semana, sendo atingida por barragens de mísseis e artilharia. Essas armas estão atingindo não somente alvos militares, mas muitos civis, como aconteceu com o hospital pediátrico.
Destruição generalizada em Mariupol
Novas imagens de satélite dão uma noção de quão generalizada é a destruição em Mariupol, que tinha uma população em torno de 500 mil pessoas antes do início da invasão. Desde então, muitos moradores fugiram do local, enquanto outros foram vítimas fatais da guerra.
Capturadas pela espaçonave WorldView-3, da Maxar Technologies, as fotos mostram danos extensos “à infraestrutura civil dentro e ao redor da cidade, incluindo casas, edifícios de apartamentos altos, mercearias e centros comerciais”, comunicou a Maxar por meio de sua assessoria de imprensa.
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Outro satélite da empresa, o WorldView-2, capturou uma imagem da maternidade antes de ser destruída — uma imagem “antes” que pode ser comparada, em um futuro não muito distante, a uma foto sombria do edifício “depois”.
Ucrânia é monitorada por satélites de várias empresas
Várias outras regiões da Ucrânia estão sendo monitoradas pelos satélites da Maxar desde o início da invasão russa. Um comboio militar russo de 65 km de comprimento está parado nos arredores da capital Kiev desde 28 de fevereiro, quando o satélite WorldView-3 registrou imagens de sua chegada.
Embora a maior parte da rota do comboio estivesse coberta por nuvens na terça-feira (8), “veículos e equipamentos blindados podem ser vistos manobrando para nordeste e sudoeste do Aeroporto de Antonov (perto de Hostomel, subúrbio de Kiev), nas fotos do WorldView-3 feitas daquele dia”, informou a Maxar.
“Nas proximidades, as pessoas estão saindo da cidade de Irpin perto da ponte danificada sobre o rio Irpin”, continuou o comunicado da empresa. “Múltiplas crateras de bombas são visíveis nos campos e arredores”.
Maxar não é a única empresa que fornece uma visão panorâmica da invasão. Satélites operados pela Planet Labs, da BlackSky e de outras operadoras também estão capturando imagens de luz óptica da guerra e seus efeitos. Outras empresas, como a Capella Space, estão de olho na região usando radar de abertura sintética, que não requer luz solar ou céu claro para registrar imagens da Terra.
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